1) Parashat Matót, Bamidbár/Números 30:02-32:42 – A Parasha Matot inclui as leis sobre como fazer/cancelar juramentos, o ataque surpresa a Midián em resposta à devastação causada pelos Midianitas aos Israelitas; a purificação, após a guerra, das pessoas e dos utensílios, dedicando uma parte dos espólios para o uso comunitário; a requisição, por parte das tribos de Reuven e Gad, de que suas terras ficassem do lado leste do rio Jordão. Moises rejeita o pedido, porque pensou que estas tribos não queriam participar da conquista da Terra de Israel; as tribos lhe esclarecem que serão as tropas avançadas no ataque e então, recebem permissão para se estabelecerem na area de Transjordânia.
Dvar Torá: Baseado no livro “Ame Seu Próximo” do Rabino Zelig Pliskin: Depois de enfaticamente explicar que um assassino não pode resgatar com dinheiro sua própria pena de morte (ao ter cometido um assassinato intencional) ou se exilar numa Cidade Refúgio (por um assassinato não intencional), a Torá declara: “Vocês não devem poluir a terra onde estão … ” “deixando de fazer justiça” (Bamidbár-Números 35:33). A palavra “poluir” em Hebraico é “tachanífu”, que também significa “bajulação” ou “adulação”. O Sifrí (livro que explica nossas leis) nos explica que este versículo nos proíbe de bajular ou fazer elogios não sinceros.
O Grande Rabino Sefaradi, Rabeinu Yoná (Espanha?- Circa.1263 E.C.), autor do livro Shaárei Teshuvá (Os Portões do Arrependimento), um dos livros clássicos do Judaísmo, nos dá os seguintes enfoques sobre a bajulação: 1) A pior forma de bajulação é dizer a uma pessoa “Você não fez nada de errado”, sabendo que o sujeito cometeu uma transgressão. Isto leva à repetição dos maus atos. 2) É considerada bajulação dizer a uma pessoa ruim que ele (ou ela) é um bom sujeito. Mesmo não diz que seus crimes foram atos apropriados, é errado elogiá-lo. 3) Deixar de censurar alguém quando estamos em posição de fazê-lo é considerado bajulação e adulação. Se uma pessoa pode protestar contra malfeitores e não o faz, ele é considerado responsável por seu comportamento.
Nossa lição: Não devemos nos omitir, pensando que ‘não temos nada há ver com o assunto’. A qualidade de nossa sociedade depende dos atos corretos de cada um de nós.
As promessas a D’us são inquebrantáveis
“Quando um homem fizer voto ao Senhor, ou jurar, ligando-se com obrigação, não violará a sua palavra; segundo tudo o que sair da sua boca fará. (Bamidbar/Números 30:3).
O Midrash diz que depois que Moshé (Moisés) soube que ele não ia entrar na Terra Prometida, ele chorou a D’us e disse: “É mais difícil para Ti mudar Suas palavras do que separar o Mar Vermelho?
D’us respondeu a Moshé que Ele nos deu Sua Torah (Leis e sabedoria) para não apenas para serem ditas a esmo, mas para que reconhecemos que Suas palavras tem consequências, e que as tratemos com responsabilidade, como está escrito: “Ele não deve quebrar suas palavras. ”
Rúben e Gade e sua ligação de amor ao Moshé.
“As tribos de Rúben e Gade eram proprietárias de grandes rebanhos. “(Bamidbár/Números 32:1).
A palavra “Miknê” pode ser lida como “Kanin” ou “posse” enquanto a palavra “rav” significa “uma grande multidão” pode ser lida com “Rabino”. Os Filhos de Rúben e Gad sentiram uma sensação de posse do rabino Moshé. Eles o amavam e o admiravam tanto, que quando ele morreu, eles se recusaram a entrar na Terra Prometida e quiseram ficar a leste do Rio Jordão para ficar próximo a ele.
Os mistérios por trás de Jornada dos Filhos de Israel
Estas são as jornadas que os Filhos de Israel (30:3).
Por que foi necessário repetir na Torah a jornada de Israel, aqui?
O Baal Shem Tov explica que essa jornada física é um reflexo da jornada spiritual que cada pessoa irá encontrar desde o dia que nascem até sua morte.
O Midrash explica que neste discurso de adeus de Moshé para o povo de Israel, ele lembrou os eventos que eles passaram juntos. É também para nos lembrar que cada lugar que nos deixa uma marca, até mesmo se a marca for invisível. Também, nós tentamos deixar marcas nos lugares que visitamos.
O Ahavat Torah diz que em todas as jornadas listadas no texto, a letra Vav é omitida, para nos ensinar que os Filhos de Israel nunca viajaram no Shabbat (Vav é numericamente equivalente a 7) e nunca precisou de ferramentas ou armas.
A frase “Estas são as jornadas que os “Filhos de Israel” aqui esconde é uma pista para Galut (Exílio) que os filhos de Israel iriam passar no futuro:
Estas são as jornadas que os Filhos de Israel
אלה מסעי בני־ישראל
Elê Masei Bnei Israel
א – Edom;
מ – Midian;
ב – Babel;
י – (Yon) Grécia.
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