Congregação Judaica Shaarei Shalom – שערי שלום

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(SÃO JOÃO DE MERETI e NILÓPOLIS RJ)  

António José da Silva Coutinho  אנטוניו ז’וזה דה סילווה  

Nascimento 8 de maio de 1705 São João de Meriti Morte 19 de outubro de 1739 (34 anos) — Lisboa Nacionalidade   Português (Brasil colônia)    
António José da Silva Coutinho (São João de Meriti, 08 de maio de 1705 — Lisboa, 19 de outubro de 1739) foi um advogado, escritor e dramaturgo português nascido no Brasil colônia.  Formado na universidade de Coimbra, escreveu o conjunto da sua obra em Portugal entre 1725 e 1739.   Nasceu no engenho do avô materno, Balthazar Rodrigues Coutinho, no bairro da Covanca, na atual cidade de São João de Meriti, no Rio de Janeiro filho do advogado e poeta João Mendes da Silva.  Mudou-se ainda pequeno com a família para a Freguesia da Candelária (hoje parte do centro da capital carioca). Batizado no catolicismo, mas de origem judaica, foi vítima da perseguição que dizimou a comunidade dos cristãos-novos do Rio de Janeiro em 1712. Pensa-se que terá conseguido manter a sua fé judaica secretamente. Mas, sua mãe, Lourença Coutinho foi bem menos sucedida. Acusada de judaísmo, foi deportada para Portugal onde foi processada pela Inquisição. O pai de António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem António consigo. A família instalou-se a seguir na Metrópole.

Em Portugal, António José da Silva estudou direito na Universidade de Coimbra, onde se inscreveu em 1725.  Interessado pela dramaturgia, escreveu uma sátira, que serviu de pretexto às autoridades para prendê-lo, acusado de práticas judaizantes, com sua mãe e sua esposa, a 8 de agosto de 1726. Embora fosse amigo de Alexandre de Gusmão, conselheiro do rei dom João V (1706-1750), foi torturado a 16 de agosto e 23 de setembro, tendo ficado parcialmente inválido durante algumas semanas, o que o impediu de assinar a sua “reconciliação” com a Igreja Católica, acabando por fazê-lo em grande auto-de-fé de 23 de outubro. Salvou sua vida admitindo ter seguido práticas da lei mosaica. Depois de ter abjurado seus erros, foi posto em liberdade. Sua mãe ela só foi liberta três anos mais tarde, em outubro de 1729, depois de ter sido torturada e figurada como penitente em outro auto-da-fé. Depois de ter praticado três anos seu ofício de advogado, acabou por retomar sua atividade literária, sendo considerado o maior dramaturgo português da sua época. Escritor prolífico, escreveu sátiras em que criticava num modo burlesco o ridículo da sociedade portuguesa, usando referências frequentes à mitologia e aos autores da Antiguidade e da Península Ibérica, nomeadamente Don Quixote. Devido a partes orquestrais importantes, árias e conjuntos cantados, suas peças podem quase ser consideradas óperas. A única música que sobreviveu foi composta por António Teixeira. Conhecido pela facilidade e verve cómica das suas sátiras, José da Silva fez muitos inimigos contra os quais o conde de Ericeira o protegeu, mas após a morte deste último, o dramaturgo e escritor foi denunciado como suspeito de judaísmo à Inquisição. Foi preso de novo em 1737, em Lisboa com a mãe, a tia, o irmão (André) e a sua mulher, Leonor Maria de Carvalho, que se encontrava grávida. Morreu no dia 19 de Outubro de 1739 na fogueira às mãos da Inquisição, num auto de fé. António José da Silva é ainda hoje considerado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo.
Pormenores do processo da Inquisição Em 1737, António foi preso pela Inquisição, juntamente com a mãe e a esposa (Leonor de Carvalho, com quem casara em 1728, que era sua prima e também judia). A mãe e a mulher seriam libertadas posteriormente. António José da Silva foi

novamente torturado. Descobriram que era circuncidado. Uma escrava negra testemunhou que ele observava o Shabbat. O processo decorreu com notória má-fé por parte do tribunal e António José da Silva foi condenado, apesar de a leitura da sentença deixar transparecer que ele não seria, de facto, judaizante.  Como era regra com os prisioneiros que, condenados, afirmavam desejar morrer na fé católica, António José da Silva foi garrotado antes de ser queimado num Auto-de-Fé em Lisboa em Outubro de 1739. Sua mulher, que assistiu à sua morte, morreria pouco depois. Mais recentemente, a vida de António José da Silva foi encenada por Jom Tob Azulay no filme O Judeu, de 1995. 

 Os sefarditas tornaram-se senhores de numerosos engenhos durante o domínio dos habsburgos da Espanha, e a cidade do Rio de Janeiro dominava no final do século 17 o controle destas unidades de produção. José Gonçalves Salvador afirma que “em 1607 o Rio conta com 14 engenhos. Vinte anos após frei Vicente dá-lhe 40. Aumenta a imigração e em meados do século, apenas Salvador de Sá tem cinco engenhos. O comércio se reativa e a metade da população é formada de hebreus. A Capitania prospera e nos dizeres de Salvador Correia de Sá à el-rei em 1639, ela constitui a melhor de todas do Brasil”. Pelas margens do Rio Meriti-Pavuna havia os engenhos com Invocação de São Francisco na Pavuna, capela, capelão e pertencia a Alexandre Soares Pereira. João Correia Ximenes era dono das terras margeadas pelo mesmo rio. Nas encostas do Jericinó (Nilópolis) e arredores estavam assentadas as famílias Azeredo Coutinho, os Lucena Montarroio, Alvares Pereira, os Correia Ximenes e outros. O neto de Miguel Cardoso, seu homônimo, foi batizado na freguesia de São João Baptista de Trairaponga (em Meriti).  Além das atividades administrativas dos engenhos, era plantadora de mandioca, banana e tinha pasto para gado. Foi única nos cabedais, quando presa no Rio. Esperança no tribunal de inquisição não informou o nome do avô, porém, diz que tenha sido João de Azeredo Coutinho, também do Espírito Santo. Esperança é condenada a morte no Tribunal de Inquisição.



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