- O Decreto de Alhambra – O Decreto de Alhambra também conhecido como Édito de Granada e Édito de Expulsão, foi um decreto régio promulgado pelos Reis Católicos, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, ordenando a expulsão ou conversão forçada da população judaica da Espanha, e levando à fuga e dispersão dos sefarditas (judeus ibéricos) pelo Magrebe, Médio Oriente e sudeste da Europa. Foi escrito por Juan de Coloma, o secretário real, e assinado em Alhambra, Granada, a 31 de março de 1492. Aceite com resignação por grande parte da comunidade judaica, uma notável excepção foi o rabino Isaac Abravanel. Um documento fictício, atribuído a Abravanel, que seria uma resposta escrita a esse decreto, foi na verdade parte de um romance de David Rafael de 1988. No seguimento do seu falhanço em convencer os reis católicos a cancelar o decreto, teria escrito uma resposta pungente e profética ao decreto, nas vésperas da sua partida. A origem real do documento encontra-se numa obra de ficção publicada em 1988, intitulada Alhambra Decree do autor David Raphael. [1] O Edito de Expulsão dos Judeus – O edito foi público durante a semana de 29 de abril de 1492. A carta declarou que nenhum judeu foi permitido permanecer dentro do reino espanhol, e judeu que quis converter era bem-vindo para ficar. O poder dos judeus espanhóis ricos era inconsequente. Se um judeu era rico ou pobre não importava, todos tinham que se converter ou sair. Os planos de Fernando para a Espanha, distorcidos pelo racismo cristão predominante na Espanha do final do século XV, não incluíam o grupo que tanto havia feito para servir o Estado. [2]
- O Edito de Expulsão dos Judeus – A Resposta escrita a esse decreto
“Sua Majestade, Abraham Senior e eu agradecemos a oportunidade de fazer este pronunciamento em defesa da comunidade judaica, a qual representamos… Não é uma grande honra quando se pede a um judeu que apele pela segurança de seu povo. Porém, é uma desgraça maior quando o rei e a rainha de Castela e Aragão procuram a sua glória através da expulsão de um povo gentil e inocente. Não consigo entender como cada judeu – homem, mulher e crianças – pode representar uma ameaça para a fé católica. São acusações muito graves. Nós destruímos vocês?
A realidade é justamente o oposto. Sua majestade não admitiu, neste édito, ter confinado todos os judeus a bairros restritos, limitando nossos privilégios legais e sociais, tudo isso sem mencionar o fato de sermos obrigados a usar roupas que nos envergonham? Não nos aterrorizam dia e noite com sua diabólica inquisição? Eu quero deixar um fato bem claro para todos os presentes: Eu não permitirei que a voz de Israel seja silenciada neste dia.
Ouça, ó céus, e permita ao rei e à rainha da Espanha, também ouvirem, porque eu, Isaac Abravanel, digo. Minha família e eu somos descendentes diretos do rei David. Sangue real verdadeiro, o sangue do Messias, corre em minhas veias. Esta é a minha herança e eu a proclamo agora em nome do D’us de Israel.
Em nome do meu povo, o povo de Israel, o povo escolhido, eu o declaro inocente de todas as acusações feitas neste édito abominável. O crime, a transgressão, serão a sua carga. E o decreto injusto que vocês proclamaram hoje será a sua destruição. E este ano, o qual vocês imaginam ser o de maior glória para a Espanha, vai se tornar a grande vergonha da Espanha.
… Quando atos abomináveis são cometidos por um indivíduo, mancha-se sua reputação. E quando reis e rainhas cometem ações vergonhosas, provocam grandes danos a si próprios. Costuma-se dizer que, quando maior a grandiosidade de quem erra, maior o seu erro.
… Sim, vocês venceram os muçulmanos infiéis com a força de seu exército, provando sua habilidade na arte da guerra. Mas o que há no seu espírito? Com que direito seus inquisidores atravessam o país queimando milhares de livros em fogueiras públicas? Com que autoridade os homens da Igreja querem agora queimar a imensa biblioteca árabe que há neste grande palácio mouro, destruindo seus manuscritos de valor inestimável? Por quais direitos? Por qual autoridade? Pela sua autoridade, meu rei e minha rainha.
Em seus ouvidos e em seus corações, vocês desprezam o poder do conhecimento, respeitando apenas o poder. Para nós, judeus, é diferente. Nós prezamos muito o conhecimento. Em nossos lares e em nossas casas de oração, o aprendizado é uma meta eternamente perseguida. Aprender é nossa paixão, a essência de nossa existência. Esta é a razão, segundo os nossos sábios, pela qual fomos criados. A força do nosso amor poderia contrabalançar seu excessivo amor pelo poder. Nós poderíamos ter-nos beneficiado de sua proteção e vocês da sabedoria da nossa comunidade. Eu lhes digo que nós poderíamos ter ajudado uns aos outros.
… Algum dia a Espanha se perguntará: o que nos tornamos? Então os espanhóis olharão para o seu passado e se perguntarão por que aconteceu desta maneira. Aqueles que forem honestos apontarão para o dia de hoje como sendo o início do declínio de seu país. E a causa de seu declínio estará escrita no nome de seus soberanos católicos Fernando e Isabel, conquistadores dos mouros, que expulsaram os judeus, criaram a inquisição e destruíram o espírito da Espanha.
… Ouçam, rei e rainha da Espanha, no dia de hoje vocês se uniram à lista dos demônios que agem contra a casa de Israel. Se vocês desejam destruir-nos, não conseguirão, pois governantes maiores e mais poderosos tentaram e falharam.
Certamente, prosperaremos em outras terras distantes. Porém, aonde quer que estejamos, o D’us de Israel estará conosco. E quanto a vocês, rei Fernando e rainha Isabel, a mão de D’us os atingirá e punirá pela arrogância que há em seu coração. … De geração em geração, será repetida a história de sua falta de fé e visão. Porém, mais do que seus atos de ódio e fanatismo, falar-se-á da coragem do povo de Israel, que permaneceu de pé diante do poder imperial espanhol, defendendo a herança religiosa de seus pais, resistindo a suas pressões e a suas falsidades.
Expulsem-nos desta terra a qual amamos não menos do que vocês. … Lembraremos de vocês e deste seu vil Édito de Expulsão para sempre”. [3]
- Don Isaac Abravanel de Lisboa (1437-1508/09) por Annette Boeckler*
Quando estudamos a Bíblia no judaísmo progressista, temos que ler o texto com três olhos: buscar o que o texto significou historicamente, buscar o que o texto significa hoje em dia para nós, e buscar como o texto foi interpretado na tradição judaica. Temos grandes comentaristas bíblicos judeus clássicos: Rashi do Norte da França, Kimchi do sul da França, Ibn Ezra e Nachmanides da Espanha, Sforno da Itália.
Mas será que existe também uma tradição portuguesa da explicação judaica da Bíblia? – Existe.
Quem era Don Isaac Abravanel de Lisboa?
Terá sido positivo que ele criticasse os comentaristas anteriores?
Incluindo as personagens bíblicas?
Seria correto concentrar-se em esperanças messiânicas após a expulsão dos judeus da Espanha e acusar os conversos de traidores?
Terá sido bom usar métodos do tempo do Renascimento para entender os textos bíblicos?
Teria sido ele realmente inocente quando foi acusado de conspiração?
Explicarei estes assuntos em três partes – como, aliás, o próprio Abravanel gostava de fazer; colocar perguntas no início das suas exposições e depois dividir o texto em secções, tal como faziam estudiosos no Renascimento. Então, dividirei este artigo em:
- a família de Isaac Abravanel e o seu trabalho para o Rei D. Afonso V; 2. como ele fugiu do Rei D. João II; 3. o que ele fez depois da expulsão dos Judeus da Espanha; 4. sobre os seus comentários bíblicos. A título de curiosidade, não se sabe como se diz o sobrenome Abravnel.
- O hebreu אברבנאל pode ser lido como Abravanel, Abrabanel, Abarbanel ou Abarvanel. Os cientistas acham que o mais provável é Abravanel. Isaac Abravanel nasceu em 1437 em Lisboa, numa família extremamente rica e importante. Ele cresceu numa casa onde os políticos entravam e saíam. Portanto, não deve surpreender-nos que ele mesmo tenha trabalhado com políticos. Seu pai, Judah, era Tesoureiro do Estado Portuguêsl. Originalmente, a família não era de Lisboa, mas de Sevilha, em Espanha.
O avô de Abravanel converteu-se ao cristianismo aqui, mas depois dos massacres de Sevilha no século XIV, finalmente teve que fugir para Portugal, onde retornou ao judaísmo e onde seu neto, Isaac, recebeu uma educação judaica, estudando com Joseph Chaim, o rabino de Lisboa. Mas ele também estudou a filosofia do Renascimento, a tradição greco-romana clássica e línguas europeias.
Abravanel passou a maior parte da sua vida em Lisboa e foi o líder da comunidade judaica. Ele trabalhou como Tesoureiro para o Rei D. Afonso V. Usou sua influência e riqueza para o bem da comunidade judaica. Por exemplo, após o Rei ter capturado a cidade de Asilah, em Marrocos, Abravanel contribuiu ele mesmo com grande parte dos fundos necessários para libertar os judeus cativos e recolheu, pessoalmente, várias colecções por todo o Portugal. Mas haviam de surgir mudanças.
O Rei D. Afonso V morre cedo, com 40 anos, por causa da peste, e seu filho e sucessor D. João II revelou-se um monarca muito diferente, favorecendo o regime absolutista, e tendo executado o Duque de Bragança acusando-o de conspiração. Acusou também Abravanel, que tinha sido ligado ao Duque, de participar na trama. Abravanel foi avisado a tempo e conseguiu salvar-se fugindo desesperadamente para Castela, em Espanha, em 1483. Sua grande fortuna, no entanto, foi confiscada por Decreto Real, e no dia 30 de Maio de 1485 foi condenado à morte.
No entanto, durante o período em Espanha, no país do seu avô, Abravanel vive também em Toledo, o grande centro de estudos judaicos da época, onde começou a ocupar-se de estudos bíblicos, escrevendo comentários sobre Josué, Juízes e Samuel, livros bíblicos que, pelos seus conteúdos – reinos e lideranças políticas -, haviam sido ignorados pelos comentaristas judeus até então.
Porém, passados seis meses, Abravanel encontrou um novo trabalho e entrou ao serviço dos “Reis Católicos” – Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela – como o principal colector de impostos, tendo recolhido somas consideráveis de dinheiro que permitiram ao Rei a reconquista da Espanha aos mouros.
No entanto, Abravanel não viria a beneficiar dos seus méritos por muito tempo, pois que, em 1492, o seu patrono viria a ordenar a expulsão de todos os judeus de Espanha. Abravanel fez tudo ao seu alcance para induzir ao rei a revogar o decreto, tendo oferecido 30.000 ducados nesse sentido. Mas sem sucesso.
A expulsão dos judeus de Espanha parece ter traumatizado Abravanel, que recusou o privilégio que lhe havia sido concedido pelo Rei ao permitir-lhe a permanência no país. Optando por sair de Espanha junto com os seus companheiros judeus, não pôde vir para Portugal por causa da sua condenação à morte.
Por isso, Abravanel passou o resto de sua vida em Itália, ocupando-se de projetos académicos. Certo dia, chegou a lamentar ter perdido tanto tempo e tanta energia buscando honrarias e dinheiro, não tendo usado mais tempo para estudar a Lei de Deus, o Rei mais alto. Primeiramente, Abravanel viveu em Nápoles, mas em 1494, após a invasão francesa na Itália, teve que fugir novamente, perdendo mais uma vez todas as suas possessões.
Em 1495, foi para Messina (Sicília), em seguida, para Corfu, e a partir de 1496 estabelece-se um tempo considerável num porto do mar Adriático governado pelo reino veneziano, Monopoli. Foi lá que escreveu com calma a maioria dos seus comentários. Em 1503, ele vai para Veneza, onde negociou um tratado comercial entre Portugal e a República de Veneza.
Mas o mais importante: em Veneza, em 1505, completou o seu comentário da Torá, que considerava como seu trabalho mais importante e mais compreensível. Desenvolveu uma posição antimonárquica e uma preferência por um governo mais democrático, com base no julgamento e na decisão da maioria. Esta posição coloca-o no momento decisivo da transição entre a Idade Média e o Renascimento. Faleceu no Inverno de 1508-1509, em Veneza, e foi enterrado em Pádua. Curioso para saber como alguém como ele entendeu a Bíblia?
Para isso, dispomos dos seus comentários, uma vez que Abravanel viveu numa época em que já existia a impressão de livros. As perguntas dele ao início dos comentários da parashá da semana continuam a inspirar leitores até aos dias de hoje. (Para saber mais: Benzion Netanyahu, Don Isaac Abravanel, Statesman and Philosopher, Ithaca NY: Cornell University Press, 1972. Sílvio Santos fala sobre a origem da família Abravanel – https://www.youtube.com/watch?v=oMz2Grr06ZY&feature=youtu.be)
*Dr.ª Annette Mirjam Böckler é professora de Liturgia Judaica e Bíblica na Universidade Leo Baeck, em Londres, onde é também Bibliotecária. Escritora e tradutora em matérias Judaicas (sendo a tradutora do Seder haTefillot – o primeiro livro de Orações liberal após o Shoah na Alemanha), tem desenvolvido a tradução da edição alemã dos comentários da Torah de W. Gunther Plaut. [4]
III. Isaac Abravanel – 1437-1508, Por Rav Nissan Mindel
Don Isaac Abravanel foi um dos maiores estadistas judeus e desempenhou um papel importante na história europeia. Ao mesmo tempo, não foi apenas um judeu leal e estritamente religioso, mas um notável erudito, comentarista bíblico e filósofo.
Foi o último de uma longa linhagem de grandes líderes e heróis judeus da Idade de Ouro na Espanha. Isaac nasceu numa família rica e instruída em Portugal. Seu pai, Judah, era tesoureiro de Estado de Portugal, e grande favorito do Rei Alfonso V. Isaac recebeu uma completa educação judaica, e demonstrou interesse por idiomas e filosofia.
Mais tarde sucedeu ao pai no serviço ao rei. Em sua grandeza, Isaac jamais se esqueceu de seus irmãos humildes. Usava sua grande fortuna para apoiar os necessitados. Assim, quando Alfonso capturou a cidade de Arzilla no Marrocos, e Isaac viu que havia duzentos e cinquenta judeus entre os prisioneiros, designou doze representantes para angariar fundos e resgatá-los, e ele próprio foi um grande doador.
Quando foram libertados, Isaac os sustentou com seus próprios meios durante cerca de dois anos, até que aprendessem o idioma do país e pudessem ganhar o próprio sustento. Abravanel também usou sua grande influência para melhorar a situação dos seus irmãos em outros países.
Quando Alfonso V morreu, e João II o sucedeu no trono de Portugal, a sorte de Abravanel mudou. Em 5243, o Rei João II deu início a uma política que visava a livrar-se dos nobres, especialmente os ministros de Estado que tinham servido ao seu pai. Abravanel soube a tempo que o rei mandara decapitar os funcionários mais graduados, e que ele estava na lista dos que teriam o mesmo destino. Estava a caminho para responder ao chamado do rei, mas quando soube aquilo que o aguardava, Abravanel fugiu para Toledo, na Espanha, onde sua família vivera em outros tempos.
Acompanhado pela esposa e dois filhos, Abravanel chegou a Toledo quase sem dinheiro, pois o ingrato rei tinha confiscado toda sua fortuna. Abravanel conseguiu um emprego numa empresa bancária judaica e ficou contente por sobrar-lhe tempo para estudar e cuidar da sua obra literária. Continuou seus comentários sobre a Torá que fora forçado a interromper devido à pressão dos assuntos de Estado.
Escreveu comentários sobre Yehoshua, Shofetim e Shemuel, mas quando começou os comentários sobre o Livro dos Reis, o Rei da Espanha convocou-o para tomar conta do tesouro de Estado. Fernando e Isabel de Espanha sabiam que não conseguiriam encontrar um gênio financeiro mais capacitado que ele, e no mesmo ano em que o famoso Torquemada se tornou chefe da Inquisição na Espanha, Abravanel se tornava oficialmente tesoureiro dos reis (dois anos antes da expulsão dos judeus da Espanha).
Quando foi divulgado o terrível decreto da expulsão de todos os judeus da Espanha, exceto aqueles que desistissem de sua fé, Abravanel tentou evitar a catástrofe. Implorou aos reis que reconsiderassem aquela cruel decisão e ofereceu uma grande soma para o tesouro real. O rei e a rainha não lhe deram ouvidos e rejeitaram suas ofertas de dinheiro. Em 9 de Av de 5252 (1492), Abravanel e sua família se puseram em marcha com o restante de seus correligionários. Ele abriu mão de seu cargo importante e juntou-se aos seus irmãos no exílio e sofrimento. Os refugiados finalmente chegaram a Nápoles, na Itália. Quando Fernando soube que os judeus tinham encontrado um porto seguro em Nápoles, pediu ao Rei de Nápoles (também Fernando) que não desse permissão aos refugiados de permanecer em seu país.
O jovem Rei de Nápoles, porém, ignorou os protestos e exigências dos cruéis governantes da Espanha. Além disso, convidou Abravanel ao palácio real e o nomeou seu conselheiro. Abravanel serviu a ele e ao seu filho Alfonso II, quando este subiu ao trono em 1494. Infelizmente, Nápoles foi capturada pelo Rei Carlos da França no ano seguinte, e o Rei Alfonso fugiu para a Sicília. Abravanel acompanhou Sua Majestade ao exílio e continuou a servi-lo fielmente, com devoção paternal, até que o rei exilado morreu.
Então Abravanel partiu para a Ilha de Corfu, no Mediterrâneo. Tendo perdido toda a sua fortuna para os conquistadores franceses, Abravanel passou por pobreza e provações. Mudou-se para Monopoli no Norte da África e, 8 anos depois, finalmente estabeleceu-se em Veneza.
Não demorou muito e os governantes de Veneza convidaram-no para o Conselho de Estado, e Abravanel tornou-se um dos estadistas mais importantes da República Veneziana. Abravanel faleceu em Veneza em 5629, aos 71 anos, profundamente pranteado pelos cidadãos judeus e não-judeus do local. Os governantes de Veneza compareceram ao seu funeral, e foi enterrado em Pádua. [5]
Fontes: [1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto_de_Alhambra [2] http://www.sephardicstudies.org/decree.html [3] http://www.riototal.com.br/comunidade-judaica/juda1a2. [4] htmhttp://www.academia.edu/28816771/Don_Isaac_Abravanel_de_Lisboa_1437-1508_09 [5] Chabad: http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/2510797/jewish/Isaac-Abravanel-1437-1508.htm
Coordenador: Saul Stuart Gefter
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