Congregação Judaica Shaarei Shalom – שערי שלום

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Completando a Base de Um Ano Novo Incrível 

 

  1. Introdução – Nos primeiros 2 shiurim (aulas)da Morashá sobre Sucot, nós tratamos das mensagens essenciais da sucá, das Quatro Espécies e do tema especial de alegria que caracteriza a festa. Neste terceiro shiur da Morashá, nós veremos que a festa de Sucot inclui outras comemorações. O sétimo dia da festa tem uma atmosfera de seriedade e julgamento e é conhecido como Hoshaná Rabá. O oitavo dia, um dia de alegria e entusiasmo é chamado de Shemini Atzeret. Na verdade, este último dia é uma festa independente por si mesma, na qual Simchat Torá também é comemorada (fora de Israel, Shemini Atzeret e Simchat Torá são divididas em dois dias). Estes dias especiais acrescentam uma nova profundidade e um novo sentido não só para Sucot, mas inclusive afetam a nossa apreciação pelo Judaísmo e o nosso relacionamento com D’us durante o ano. Nós exploraremos o significado de Hoshaná Rabá, a festa de Shemini Atzeret e a comemoração de Simchat Torá. Como uma base para esta aula, nós também examinaremos o relacionamento excepcional entre a festa de Sucot e as nações do mundo e a sua conexão com a era Messiânica. Nesta aula, nós trataremos das seguintes questões: Qual é a conexão entre a sucá e a Era Messiânica? Por que os sacrifícios são trazidos durante a festa de Sucot para as nações do mundo? Por que a aravá (ramo de salgueiro) é batida no último dia de Sucot? Qual é a o significado de Shemini Atzeret, uma “festa adicional” justaposta a Sucot? Por que Simchat Torá é comemorada em Shemini Atzeret? Como Shemini Atzeret e Simchat Torá afetam todo o ano? …

Seção I. Sucot, a Era Messiânica e as Nações do Mundo – Nas escrituras proféticas, bem como nas fontes agadáticas e cabalistas, nós percebemos que Sucot tem um relacionamento especial com a Era Messiânica e uma conexão exclusiva com as nações do mundo. Nesta seção, nós exploraremos este tema para oferecer uma base para entender como Sucot se relaciona com os dias que a seguem, ou seja, Shemini Atzeret e Simchat Torá. Parte A. A Festa da Redenção – Como o clímax espiritual do ano, Sucot é cheia de alusões profundas em relação a Era Messiânica – o clímax espiritual da história mundial. 1. Vilna Gaon, Even Shlemá 11:10 – As festas do mês de Tishrei são análogas a visão judaica do futuro. Todos os conceitos do mês de Tishrei são alusões ao futuro. Pois o julgamento ocorre em Rosh Hashaná e, posteriormente, o perdão do pecado é concedido em Iom Kipur. Em seguida, chegam Sucot, Shemini Atzeret e a alegria delas.

Da mesma forma, no futuro, o Grande Dia de Julgamento ocorrerá, seguindo o que foi dito: “Eu respingarei sobre vocês águas puras e os purificarei, etc.” (Iechezkel/Ezequiel 36) e  “Eu perdoarei pelo que sobrar” (Irmiahu/Jeremias 50). Em seguida, em Sucot, haverão 7 pálios nupciais (chupot), como é sabido, conforme o versículo traz (Ieshaiahu/Isaías 4): “E uma será a sombra do dia” e “a época da nossa alegria” e “os estranhos se encontrarão lá e pastorearão o teu rebanho” (ib. 61). Em seguida, chega Shemini Atzeret, quando os que negam o D’us Verdadeiro serão destruídos e o povo de Israel se alegrará sozinho. “Ele será um dia de finalização (atzeret) para vocês…” (veja Pessachim 68).

As cerimônias de Sucot claramente aludem ao tema da redenção. A festa de Pessach nos traz à memória a Criação – ela é a festa da criação nacional de Israel, comemorada na estação de renascença (primavera). Shavuot comemora a Revelação de D’us no Monte Sinai. Nós comemoramos com uma noite inteira de estudo para nos prepararmos para o recebimento da Torá. Sucot, no entanto, antecipa a Redenção Final. Nas hoshanot processionais, nós apelamos para D’us que “por favor, nos salve” (hoshana).

A sucá é um modelo em miniatura do Gan Eden, o paraíso antigo e futuro, no qual nós convidamos os nossos antepassados estimados para comerem conosco (ushpizin), como nós comeremos com eles no Mundo Vindouro. Nós juntamos as Quatro Espécies e as agitamos juntas – um símbolo do povo de Israel reunido junto como uma entidade unida e, mais uma vez, aludimos aos tempos futuros. Outra alusão à conexão entre Sucot e a Era Messiânica pode ser encontrada na Haftará (leitura da Torá adicional) para Sucot, que descreve a profecia da Guerra de Gog e Magog: 2. Zecharia 14 (versículos selecionados) – A profecia da Guerra de Gog e Magog descreve as guerras catastróficas que resultarão na Redenção final e na Era Messiânica. 1-3: Eis que D’us aguardou o dia chegar, e os seus espólios serão divididos na tua presença. Eu reunirei as nações em Jerusalém para guerrear; a cidade será conquistada… D’us sairá e combaterá esses povos, como no dia que Ele guerreou, o dia de batalha.

– 9: D’us será o Rei sobre todo o mundo – neste dia, D’us será Um e o Seu Nome será Um.

– 11: Eles viverão dentro dela, e destruição não haverá mais. Jerusalém permanecerá segura.

– 16: E acontecerá que tudo o que será deixado de todos os povos remanescentes que vêm para Jerusalém subirão a cada ano para se prostrarem diante do Rei, D’us, Dono das Legiões e para comemorar a festa de Sucot. A fonte seguinte demonstra a conexão entre a sucá e a guerra apocalíptica de Gog e Magog. 3. Rabino Nosson Scherman, Stone Chumash, p. 1241-2 – A Sucá representa a confiança prazerosa na proteção Divina. O telhado representa a ilusão de colocar a segurança na força humana.

Esta é uma mensagem profunda da batalha de Gog e Magog. O Rabino Hirsch (Bamidbar/Números 29:13) discute a conexão entre a guerra de Gog e Magog e Sucot: No nome Gog, reconhecemos a palavra telhado, e, desta forma, simultaneamente se vê o contraste com sucá, a cobertura fraca, instável de folhagem. De fato, toda a história da humanidade consiste neste contraste. Assim como as pessoas têm o poder de serem salvas e protegidas contra os seus contemporâneos mundanos através de paredes robustas, elas também se iludem pensando que elas podem chegar a serem salvas e protegidas contra o que vem de cima – contra D’us e o Seu poder de controlar as coisas.

Eles pensam que podem encontrar segurança no abrigo da sua própria força, que podem segurar o seu destino com as suas próprias mãos e coroar a construção da grandeza humana com telhados de empeno, tornando-se independentes de D’us. A guerra de Gog e Magog é a batalha do telhado, contra a sucá, a luta do telhado-ilusão da grandeza humana que nunca nos deixa em paz contra a sucá-verdade da segurança e serenidade prazerosas provenientes da confiança na proteção Divina.

A explicação do Rabino Hirsch do relacionamento Gog-Magog se baseia na regra gramatical em Hebraico que o prefixo מ, mem, expressa a ideia de projetar algo. Por exemplo, luz e luminária é um corpo celestial que projeta luz. Da mesma forma, גַג significa telhado – na visão do Rabino Hirsch, ela representa a filosofia que o homem pode se isolar contra o poder celestial de D’us – Magog – é o empenho para projetar esta filosofia na terra.

Parte B. A Retificação das Nações – À diferença de outras festas e sacrifícios, os sacrifícios do Templo de Sucot são dedicados às nações do mundo. 70 touros são oferecidos correspondendo às setenta nações primárias do mundo, como elas são listadas em Bereshit (Gênese), capítulo 10.

1. T almud Bavli (Talmud Babilônico), Sucá 55b e Rashi ib. sob a expressão shivim parim 70 sacrifícios são trazidos para dar mérito para as 70 nações do mundo. O Rabino Elazar disse: “Por que 70 sacrifícios são trazidos em Sucot? Para o [mérito das] 70 nações primárias do mundo.” Rashi: os 70 sacrifícios trazem expiação para as 70 nações, de forma que a chuva caía sobre todo o mundo, já que o mundo é julgado em relação a quantidade de chuva em Sucot. O Rabino Naftali Tzvi Yehuda Berlin (o Netziv) explica que, no futuro, as nações do mundo trarão sacrifícios para Jerusalém em Sucot (como é descrito nos versículos de Zecharia, capítulo 14, citado acima), em pleno conhecimento que o seu próprio bem-estar depende dos sacrifícios do Templo em Jerusalém.

2. Netziv, HaEmek Davar, Bamidbar 28:12 – As nações reconhecem que a fonte da sua benção é oriunda das oferendas trazidas em Sucot. Os touros oferecidos em Sucot eram em prol das nações do mundo… E é por isto que Zecharia escreveu que, no futuro, elas também virão durante a festa para estarem presentes durante os seus sacrifícios. Isto é, elas também reconhecerão D’us como Rei, e elas entenderão que o seu sustento depende dos sacrifícios adicionais de Sucot que o povo judeu traz em prol delas, de modo que, se eles não fossem sacrificados, elas não receberiam chuva. Esta foi a prática nos dias de Shlomo HaMelech/Rei Salomão e é por isto que ele recitava o ohelet/Eclesiastes durante a festa diante dos sábios do mundo. Outra profecia discutida na fonte abaixo descreve como as nações estrangeiras irão a Jerusalém para defender o povo judeu.

3. Rabino Shimshon Pincus, Sichot Rav Shimshon Pincus: Sucot, p. 107 – Em Sucot, as nações do mundo procurarão a Presença de D’us no Templo em Jerusalém. Depois de Iom Kipur, chega Sucot. Sucot representa a conclusão final do destino, e é sabido que Sucot alude à Era Messiânica. Em Sucot, a profecia de “estrangeiros se levantarão e pastorerão os seus rebanhos (Ieshaiahu/Isaias 6:15)” será cumprida, ou seja, inclusive as nações do mundo entrarão no abrigo da Presença Divina (Shechiná). Elas serão retificadas na medida do possível pelos sacrifícios de Sucot. E o clímax é Shemini Atzeret, que representa o próprio Mundo Vindouro.

Devido ao fato do destino final do mundo também incluir as nações estrangeiras, em Sucot, a festa do destino, nós rezamos inclusive para que estas setenta nações primárias cheguem ao seu objetivo.

4. Rabino Menachem Mendel Schneerson Z”L, Wellsprings of Salvation (Fontes da Salvação), p. 312. – Em Sucot, nós rezamos para as nações do mundo realizarem o seu objetivo. Na festa de Sucot, 70 touros eram sacrificados no Altar. Nós agimos de uma forma parecida hoje em dia através das nossas rezas: “Os nossos lábios substituem os touros (Hoshea/Oséas 14:3).” Estes [touros] correspondem às 70 nações do mundo, através dos quais nós desempenhamos uma função de proteção para as nações, que os ajuda a cumprir o seu propósito como filhos de Noach/Noê, com as mitzvot que eles são ordenados – inclusive e em especial auxiliar o povo judeu para que eles sejam capazes de cumprir a Torá e as mitzvot.

Temas Centrais da Seção I: Alguns dos temas principais da festa de Sucot são o da redenção futura e o da Era Messiânica. Os profetas anteviram uma guerra grande e terrível no futuro que, ao final, será concluída na época de Sucot. A guerra de Gog e Magog, como ela é conhecida, confrontará a filosofia de autossuficiência contra a filosofia da sucá, ou seja, a confiança na fé que D’us nos concede proteção e bem-estar. Sucot não só é uma festa judaica, mas também possui um tema universal. Os setenta touros oferecidos durante esta festa correspondem às setenta nações primárias do mundo, que se beneficiam destes sacrifícios. Assim como no passado os sábios do mundo reconheciam a importância dos setenta touros, da mesma forma, no futuro, o mundo reconhecerá que a sua única fonte de benção é D’us. Nesse momento, todos participarão da comemoração da festa de Sucot. …

Seção II. Hoshaná Rabá – A Última Chance: O último dia de Sucot propriamente dito é chamado de Hoshaná Rabá – a “Grande Salvação”. Enquanto Hoshaná Rabá não é um Iom Tov por si mesmo – não há atividades proibidas além das de Chol HaMoed (dias intermediários da festa) – ainda assim, ele possui os seus costumes exclusivos que expressam os temas relacionados a Sucot, bem como os Iamim Noraim (Dez Dias de Arrependimento).

1. Rabino Mordechai Becher, Gateway to Judaism (Portões para o Judaísmo), p. 153 – Hoshaná Rabá, o 7° dia de Sucot, é um dia de grande santidade e reza. O último dia de Chol Hamoed de Sucot é chamado de Hoshaná Rabá, que significa “a grande salvação”. Esta é uma alusão às rezas que são recitadas a cada dia de Sucot, enquanto a congregação caminha ao redor da bimá segurando os seus lulavim. O refrão constante destas rezas é Hoshana, que significa literalmente “por favor, salve.” Nós suplicamos que D’us nos salve dos sofrimentos e adversidades do exílio da Terra Sagrada. (Embora nós tenhamos o Estado de Israel, até que o Terceiro Templo seja construído, ainda se considera que nós estamos no exílio.)  No último dia de Chol Hamoed, a congregação caminha ao redor da bimá 7 vezes, enquanto rezas de Hoshana adicionais são recitadas, como um sinal da grande santidade deste dia (Mishná Brurá 664:11). Na época do Templo Sagrado de Jerusalém, as pessoas seguravam ramos de salgueiros – as aravot – enquanto elas caminhavam ao redor do Altar (Sucá 45a).

 

Parte A. O Último Dia de Julgamento – Nós estamos acostumados a pensar que os Dias de Iamim Noraim começam com Rosh Hashaná e terminam com Iom Kipur, mas isto não é totalmente preciso. Sucot também faz parte da estação de Iamim Noraim e dos temas de julgamento e perdão abundante. Especialmente no sétimo dia de Sucot, conhecido como Hoshaná Rabá, nós percebemos a seriedade dos Iamim Noraim sendo expressa mais uma vez. O grande significado do dia é aludido na seguinte seção do Zohar. 1. Zohar, Parashas Tzav, 31b – D’us aprova o julgamento em relação a quantidade de chuva em Hoshana Rabá e despacha os julgamentos que foram selados em Iom Kipur. Um decreto desfavorável ainda pode ser rompido através de teshuvá sincera. No 7° dia de Sucot, o julgamento do mundo [que começou em Rosh Hashaná] é terminado, e os decretos são enviados do palácio do Rei. Os julgamentos são concluídos, e os salgueiros-riacho [simbolizando a quantidade de chuva do próximo ano] dependem deste dia. A atmosfera de julgamento de Hoshaná Rabá é tão poderosa que muitos dos costumes associados com os Iamim Noraim são seguidos. As melodias cantadas pelo chazan são as de Iom Kipur, as comemorações de Sucot têm um certo ar de seriedade, e muitas pessoas passam toda a noite estudando Torá. Em alguns livros de reza, o status especial de Hoshaná Rabá se expressa na seguinte versão da reza de Iamim Noraim, Unetane Tokef: “Em Rosh Hashaná, o julgamento é feito, em Iom Kipur, ele é escrito, e, em Hoshaná Rabá, ele é selado.”

Parte B. Batendo os Ramos de Aravá – Após dar voltas ao redor da bimá e finalizar as rezas para um decreto favorável, o costume originário da época dos profetas é pegar cinco ramos de aravá e batê-los no chão cinco vezes (Mishná Brurá 664:12). O simbolismo de bater os ramos de salgueiro é discutido nas 2 próximas fontes.

1. Adaptado do Rabino Samson Raphael Hirsch, Horeb, Edot II, par. 225 – Bater ramos de salgueiro simboliza a nossa rejeição de um estilo de vida completamente materialista e do orgulho egoísta. As quatro espécies representam coisas diferentes encontradas na natureza usadas para o benefício do homem:

1. Coisas na natureza que não necessitam de retoques finais do homem – a luz solar, o ar, os aromas agradáveis, etc. – são representados pela murta, já que o olfato é a sua característica predominante.

2. Coisas na natureza essencialmente para o benefício humano, mas que o homem deve extrair o seu benefício – sustento, comida – são representados pelo ramo de palmeira. O etrog entra em ambas as categorias n° 1 e n° 2.

3. Coisas que existem na natureza e que dependem totalmente do homem para o seu aperfeiçoamento “sobre o qual o homem exercita o seu poder como o seu dono e de onde ele extrai todo o proveito que está neles através das suas habilidades.” A natureza fornece somente matérias brutas e, em seguida, o homem as refina para moradia, vestimenta, utensílios, etc. Esta categoria é representada pela madeira e, portanto, a aravá, que não tem cheiro (n° 1), nem gosto/alimento (n° 2) – é basicamente só madeira. Portanto, a aravá simboliza o homem utilizando os seus poderes e habilidades. Ela representa a conquista do homem sobre o mundo material. Os ideais do povo judeu podem ser comprometidos por uma ênfase excessiva nos seus bens materiais e no apoio somente nos seus esforços. Portanto, os profetas instituíram o ato de bater as aravot em Hoshaná Rabá acompanhando os sete circuitos ao redor do Altar ou da Torá.

Isto simboliza a rejeição do orgulho egoísta e a glorificação da força humana. O salgueiro nos lembra das esferas em que o domínio da força humana sobre as coisas materiais mais se manifesta, das coisas que alimentam o orgulho. Outra mensagem das aravot é que, depois que o nosso julgamento é finalmente concluído, nós precisamos abandonar as nossas transgressões e seguir adiante com as nossas vidas.

2. Rabino Isroel Miller, What’s Wrong With Being Happy? (Qual É o Problema de Ser Feliz?), Editora ArtScroll, p. 214-215 – Seguindo em frente depois da experiência purificadora dos Iamim Noraim. Os mestres de Cabala nos dizem para bater as hoshanos (aravot) não em um banco ou em uma cadeira, mas no chão. Nós estamos dizendo que nós somos humildes e nós admitimos o quanto nós caímos. E depois nós pegamos as nossas hoshanos, as deixamos de lado e as jogamos fora.

Esta é uma parte integrante da mitzvá para indicar o final dos Dias de Julgamento Divino. Isto significa que depois de nos tornarmos humildes, depois de admitirmos os nossos pecados, defeitos e fraquezas, depois de admitirmos que nós não merecemos nada e que o nosso único mérito medíocre é devido ao nosso sofrimento, nós pegamos todas estas emoções e as colocamos de lado. Pois, se Rosh Hashaná, Iom Kipur e Hoshaná Rabá são vivenciados corretamente, eles são uma experiência profundamente comovente e purificadora.

E, uma vez que eles terminam, [o foco nas nossas transgressões passadas] deve ser colocado de lado, possibilitando que nós sigamos em frente. Nós passamos por Rosh Hashaná, Iom Kipur e Hoshaná Rabá. Porém, há um limite de quanto tempo nós devemos nos concentrar em estarmos sob a pressão do julgamento Divino. Por isto, nós tiramos as folhas e deixamos os ramos de lado… Algumas pessoas fazem um diário mental de cada ressentimento, cada ofensa real ou imaginária que foi cometida contra elas.

Elas podem contar coisas terríveis que fulano fez a quarenta anos atrás. E, apesar do fulano há muito tempo ter se esquecido e inclusive ter seguido em frente, estas pessoas continuam a se remoer com a sua amargura. Outras pessoas, frequentemente, as que têm corações melhores e mais sensíveis, fazem o mesmo com sentimentos de culpa. É preciso ter coragem para admitir os seus erros, admitir a D’us e a si mesmo que você agiu mal e que você é indigno. Mas se você admite, se você está triste e abatido, então, extraía o bom desta experiência, coloque o resto de lado, tire isto na sua mente e siga adiante. É difícil o suficiente enfrentar os desafios do presente. Nós não precisamos de um peso adicional de um passado doloroso.

Temas Centrais da Seção II: Hoshaná Rabá é o último dia de Sucot propriamente dito e, como tal, o último dia do período de julgamento que começou em Rosh Hashaná. Sendo assim, ele também é a última oportunidade de fazer teshuvá e mudar o resultado do julgamento. O tema do julgamento é refletido nos costumes e temor da reza de Hoshaná Rabá. Bater as aravot no chão em Hoshaná Rabá reforça os mesmos temas básicos de Sucot discutidos acima: a rejeição do orgulho falso e uma declaração de confiança em D’us. Se Rosh Hashaná, Iom Kipur e Hoshaná Rabá são vivenciados adequadamente, eles são uma experiência profundamente comovente e purificante. E, uma vez que eles terminam, o foco nas nossas transgressões passadas deve ser colocado de lado para que nós possamos seguir adiante.

Seção III. Shemini Atzeret – Israel Fica Sozinho: Tecnicamente, a festa de Sucot termina depois de sete dias e é imediatamente seguida pela festa de Shemini Atzeret. As palavras hebraicas Shemini Atzeret significam o Oitavo [dia] de Reunião. Nesta festa separada, nós nem pegamos as Quatro Espécies, nem vivemos na sucá, embora fora de Israel algumas pessoas têm o costume de comer na sucá no 1° dia de Shemini Atzeret. 1. Vaikrá (Levítico) 23:34-36 – Sucot termina e é seguida imediatamente por Shemini Atzeret. No dia quinze deste sétimo mês [Tishrei] é a Festa de Sucot, um período de 7 dias para D’us… O oitavo dia é uma festa sagrada para vocês… é um tempo de reunião quando vocês não podem fazer nenhum trabalho laborioso.

Parte A. O Banquete Após a Festa – O clímax da festa de Sucot – e, de fato, de todo o ano – é o dia de Shemini Atzeret. Como o próprio nome indica, este dia simboliza o auge do amor Divino pelo povo judeu.

1. Rashi, Vaikrá 23:36 – Após a inspiração e a proximidade de D’us fortalecidas durante Sucot, Ele pede que nós fiquemos com Ele só mais um dia. Ela é chamada atzeret [impedir], pois D’us nos diz: “Eu te impedi [de ir embora depois de Sucot]para estar Comigo.”Isto é similar a um rei que convidou os seus filhos para um banquete por um certo número de dias. Quando a hora chegou para os seus filhos partirem, o rei disse: “Meus filhos! Eu lhes imploro que fiquem comigo mais um dia, pois é difícil para mim ver vocês partirem.”Embora as nações do mundo tenham uma participação na festa de Sucot, o dia de Shemini Atzeret é reservado somente para o povo judeu. Neste dia, só um touro é oferecido, um símbolo do povo judeu.

2. Talmud Bavli, Sucá 55b – O povo escolhido de D’us passou um dia adicional com Ele após a comemoração “universal” de Sucot. O Rabino Elazar disse: “A quem estes 70 touros [que foram oferecidos durante os 7 dias da festa] correspondem? Às 70 nações primárias do mundo. A que um único touro [do 8° dia de Shemini Atzeret] corresponde? A uma nação singular – o povo judeu. Isto pode ser comparado a um rei, que disse aos seus serventes, os cidadãos do país: ‘Preparem para mim um grande banquete.’ No último dia do banquete, ele disse para o seu amigo querido: ‘Prepare uma refeição mais simples e íntima para nós, para que eu tenha o prazer da sua companhia.’”O relacionamento especial entre Israel e D’us é a fonte da alegria especial e da comemoração de Shemini Atzeret. Nós não precisamos mais das Quatro Espécies, dos símbolos físicos da generosidade mundana para nos alegrar. Nós estamos entusiasmados com o relacionamento puro e simples que nós temos com D’us mesmo.

3. Sefer HaChinuch, Mitzvá N° 324 – A alegria de Sucot precisa das Quatro Espécies para se concentrar na direção certa. Não é assim com Shemini Atzeret, quando a alegria é completa. Se você se perguntar por que em Shemini Atzeret, um dia de tanta alegria, nós não pegamos [as Quatro Espécies], – a razão é que Shemini Atzeret é somente para D’us, como os nossos Sábios disseram: “É como um rei que fez um banquete… No final, ele pediu a eles que ficassem mais um dia: ‘Pois é difícil para mim ver vocês partirem.’” É por isto que ele é chamado de Atzeret [para, não vá embora], e é por isto que o dia não precisa de mitzvot adicionais para nos lembrar [do nosso relacionamento especial com D’us]. Enquanto em Sucot, nós apreciamos a nossa “colheita espiritual” (como é explicado no segundo shiur da Morashá sobre Sucot), Shemini Atzeret se concentra diretamente no nosso relacionamento com D’us. À diferença de Sucot, quando a nossa alegria aumentou através das mitzvot da sucá, das Quatro Espécies e das comemorações diárias da Simchat Beit HaShoevá, Shemini Atzeret vai direto para a Fonte, nos alegrando com o vínculo especial entre D’us e o povo judeu.

Parte B. O Mundo Vindouro – Obviamente, o “banquete depois da festa” final será o Mundo Vindouro. Ele é o “banquete depois da festa” de toda a existência. Enquanto Sucot representa a Era Messiânica, Shemini Atzeret simboliza este estágio final na história da Criação. O tema do Mundo Vindouro é refletido na forma como esta festa é comemorada. Assim como a mitzvá das Quatro Espécies, a mitzvá de residir na sucá também não se aplica em Shemini Atzeret (Rosh Hashaná 4b), conforme é explicado na fonte seguinte.

1. Sfas Emes, Devarim (Sucot), ano 5632 – Shemini Atzeret não requere uma sucá, que traz proteção física, já que o dia tem um aspecto do Mundo Vindouro, onde a proteção física não será necessária. Os 8 dias da festa são a força vital para todo o ano. O prolongamento da vida de Rosh HaShaná ocorre em Sucot e é expresso pelo derramamento de água [que simboliza a vida]. Os 7 dias de Sucot representam a vida neste mundo e, portanto, têm uma conexão com as outras nações do mundo, e é por isto que os setenta touros são trazidos como sacrifícios. Shemini Atzeret, no entanto, representa a vida no Mundo Vindouro, que é uma vida especial para os judeus, já que a Torá é a nossa vida. A vida neste mundo é exterior e, portanto, nós precisamos de proteção e de uma Sucá, que são testemunhas do depoimento de D’us que o foco principal das nossas vidas é a Torá e a vida no Mundo Vindouro… Porém, Shemini Atzeret, que reprensenta a vida no Mundo Vindouro [como foi explicado acima], não precisa da proteção e abrigo da Sucá. Ele é a própria sucá!

Temas Centrais da Seção III: Logo depois da festa de 7 dias de Sucot, vem a festa independente de Shemini Atzeret. O nome Atzeret expressa o significado do dia: D’us disse: “Pare! Alegre-se Comigo mais um dia.” Enquanto Sucot é uma festa universal, Shemini Atzeret é exclusiva do povo judeu. D’us comemora com os Seus escolhidos. À diferença de Sucot, quando a nossa alegria aumentou através das mitzvot da sucá, das Quatro Espécies e de Simchat Beit HaShoevá, Shemini Atzeret vai direto à fonte, alegrando-nos com o vínculo especial entre D’us e o povo judeu. Enquanto Sucot é tematicamente relacionada com a Era Messiânica, Shemini Atzeret se relaciona com a próxima etapa da existência – o Mundo Vindouro.

Seção IV. Simchat Torá – A Alegria da Torá – Um costume da festa de Simchat Torá é de dançar com a Torá. Uma história é contada sobre o Baal Shem Tov durante a dança de Simchat Torá em um determinado ano. Em um estado de êxtase, o Baal Shem Tov gritou: “Israel, povo sagrado. Qual é o motivo da sua grande alegria? A nossa Torá sagrada! Os outros povos em algum momento se alegram ao segurarem os seus livros sagrados? E que tipos de festas eles fazem quando eles estão contentes? E nós, o povo judeu, onde nós estamos no momento da nossa alegria? Dentro das sinagogas. E por que nós estamos dançando e cantando? Em honra da Torá. Quando nós estamos unidos, como um só homem e um único coração?

Em Simchat Torá! Portanto, eu digo a você, Israel, meu povo sagrado! Este é um dia de alegria tripla – a alegria da Torá, a alegria do povo judeu e a alegria do Sagrado, Abençoado Seja Ele” (Rabino Shmuel Butman, Fundação do Baal Shem Tov). Em Israel, o dia de Shemini Atzeret também é comemorado como Simchat Torá. Fora da Terra de Israel, onde Shemini Atzeret é observado por dois dias, o segundo dia é reservado para Simchat Torá. Neste dia, a alegria de estar próximo de D’us é expressa nos alegrando com o Seu maior presente para a humanidade – a Torá. Como nós veremos abaixo, a alegria de comemorar o relacionamento íntimo entre Israel e D’us e a alegria da Torá são a mesma coisa. O dia que a Torá foi dada para Israel, como a Mishná (Taanit 4:6) ensina, é considerado “o dia do Seu (D’us) casamento (com Israel).” A Torá nos une eternamente a D’us. Ao comemorar com a Torá, nós celebramos o nosso relacionamento com D’us.

Parte A. Como Simchat Torá é Comemorada. Nas sinagogas pelo mundo afora, os judeus publicamente leem todos os Cinco Livros de Moisés (todo o rolo da Torá) a cada ano. Este ciclo de leitura é finalizado e recomeçado novamente em Simchat Torá.

1. Rema, Orach Chaim 669:1 – O início e o fim do ciclo de leitura anual da Torá é comemorado com canto e dança tanto de noite, quanto no dia seguinte. Este último dia é chamado de Simchat Torá, pois nós nos alegramos e fazemos um banquete comemorativo neste dia para celebrar o término da Torá… Nós também temos o costume nestes países de retirar todos os rolos da Torá da arca e recitar músicas e louvores… Nós também temos o costume de dar voltas em torno da bimá com os rolos. Todos [estes costumes são praticados] por causa da alegria. Nós também temos o costume de chamar muitas pessoas para a Torá… E também chamamos todas as crianças.

2. Mishná Brurá, 669:11 – Os maiores Sábios na história dançavam e cantavam músicas para agradecer a D’us pelo Seu presente valioso, a Torá. A pessoa deve se empenhar para dançar e cantar pela honra da Torá, como está escrito em relação ao Rei David, que saltava e dançava com toda a sua força diante de D’us (Samuel II 6:16). Isto também é afirmado em nome de Arizal. Além disto, o Arizal disse que o nível mais alto que ele alcançou foi quando ele se empenhou com toda a sua força pela alegria de uma mitzvá. Mesmo em relação ao Gaon de Vilna, está escrito que ele dançava diante dos rolos da Torá com toda a sua força. A dança continua com hakafot (circuitos) em torno da bimá, em que as pessoas honradas seguram todos os rolos da Torá. De manhã, as hakafot são repetidas, e a última seção da Torá é lida. Cada homem no shul (sinagoga) é chamado para a Torá (à diferença de um Shabat normal, quando somente sete homens são chamados).

Parte B. Porque Simchat Torá é Observa da em Shemini Atzeret – A pessoa poderia pensar que o dia mais adequado para a comemoração de Simchat Torá seria Shavuot, o aniversário do dia que nós recebemos a Torá no Monte Sinai. Por que nós cantamos e dançamos com os rolos da Torá especificamente em Shemini Atzeret? 1. Rabino Chaim Fridlander, Siftei Chaim, vol. I, p. 346 – Shemini Azeret é a escolha natural para o dia que nós comemoramos a Torá. A conexão entre Shemini Atzeret e Simchat Torá é clara, pois não há expressão maior da essência de Shemini Atzeret, um dia totalmente dedicado a se apegar a D’us, a não ser se alegrando com a Torá que D’us deu ao Seu povo, através da qual nós nos apegamos na Existência abençoada de D’us.

Não há alegria tão especial para o povo judeu quanto a alegria que nós sentimos em torno da Torá.

2. Rabino Yitzchak Berkowitz, Jewish Philosophy (Filosofia Judaica – série de palestras) – A nossa dança é uma expressão do nosso amor pela palavra e sabedoria Divinas. “Esta grande nação [o povo judeu] é sábia e inteligente (Devarim 4:6).” Nós amamos a sabedoria Divina! Somos loucos por ela! Não há outro povo, que eu saiba, que se desperta e canta e dança com os seus livros como nós fazemos em Simchat Torá. Você já viu um professor universitário cantar e dançar com os seus livros?

3. Rabino Eliahu Kitov, Sefer HaTodaá – Book of our Heritage (O Livro da Nossa Herança), cap. 8 – Depois da destruição do Templo, a Torá é o lugar de alegria, onde a Presença Divina pode viver. Esta alegria é maior do que qualquer outra, pois ela é constante e nunca vai ser anulada ou diminuída. Mesmo depois da destruição do Templo e de Jerusalém e do exílio de Israel entre os povos, a alegria da Torá nunca cessou, nem diminuiu. Como os Sábios afirmaram: “Desde o dia que o Templo foi destruído, D’us não tem Presença no Seu mundo, a não ser os 4 cúbitos de halachá” (Brachot 8a). Como pode ser, quem tirou o mundo de D’us Dele? Na verdade, o entendimento correto desta afirmação é que a Presença Divina só paira em um lugar onde há alegria e não há tristeza. Após a destruição do Templo, todo o mundo estava afundado na desolação e abatimento, e todas as coisas foram afetadas, mesmo as mitzvot [Mishná, Sotá 9:12- 13]. A Torá e “os 4 cúbitos de halachá,” no entanto, permanecem intactos, e a alegria da Torá continua total, como era antes da Destruição. Portanto, a Presença Divina continua a residir lá.

Temas Centrais da Seção IV: No último dia do período da festa, nós comemoramos o nosso relacionamento próximo com D’us ao nos alegrarmos com a Torá, cantando e dançando com ela dia e noite. Em Simchat Torá, nós também concluímos e, depois, recomeçamos o ciclo anual de leituras da Torá. Todos os homens e meninos são chamados para ler na Torá na conclusão do ciclo anual de leitura. A alegria de ter recebido o presente mais valioso de D’us, a Torá, nunca foi diminuída por toda a nossa história. Em Simchat Torá, nós damos o máximo da sua expressão.

Seção V. A Alegria Que Permeia Todo o Ano – Finalmente, nós chegamos ao auge da nossa experiência dos Iamim Noraim. Em Rosh Hashaná, nós afirmamos que D’us criou e controla o universo. Nós coroamos D’us como o Rei do mundo entre toques de shofar que ainda ressoam dentro de nós. A medida que nós fomos julgados para outro ano de vida, saúde e prosperidade, nós reafirmamos o nosso comprometimento de ser parte da grande corrente do povo judeu. Nós entendemos que nós somos responsáveis pelos nossos erros e começamos os Dez Dias de Teshuvá melhorando as nossas deficiências. A medida que nós nos aproximamos de Iom Kipur, nós pedimos perdão da nossa família, amigos e colegas por qualquer prejuízo ou dano que nós podemos ter causado a eles. Nós entramos em Iom Kipur reconhecendo que D’us criou cada um de nós com uma missão exclusiva para cumprir e que nós podemos ter mal-empregado as qualidades e recursos concedidos a nós para alcançar os nossos objetivos.

Nós pedimos perdão de D’us por todas as nossas transgressões, sendo entre nós e os outros, ou sendo entre D’us e nós, e decidimos fazer deste ano novo um ano incrível com um plano concreto e viável para nós desenvolvermos o nosso potencial. Nós saimos de Iom Kipur purificados e elevados e, durante os próximos 5 dias, nós começamos a nos envolver com a imensa alegria de Sucot – confiantes que nós recebemos um julgamento meritório, valorizando o poder e a união do povo judeu, estimulados ao reconhecer que D’us nos sustenta, nos protege e nos guia, revigorados com o sentimento de proximidade e intimidade com D’us oferecido pela sucá e despertos pela conscientização que este mundo é um intermediário para o Mundo Vindouro.

E, em seguida, após sair da sucá, depois de dias e semanas intensas escalando as montanhas de refinamento pessoal e crescimento espiritual, nós poderíamos esperar descer do monte e que o nosso comprometimento em fazer um trabalho árduo e a bela experiência que nós passamos se tornem uma memória distante. Mas não é assim que ocorre. Shemini Atzeret e Simchat Torá fortalecem a base que nós construímos desde Rosh Hashaná e nos levam a um nível ainda mais alto de alegria, que permanecerá nas nossas vidas durante todo o ano.

1. Rabino Shimshon Pincus, Sichot Rav Shimshon Pincus: Sucot, p. 172 – A diferença entre Shemini Atzeret e as outras festas. Há uma grande diferença entre todas as festas e Shemini Atzeret. Nas outras festas, nós usamos “objetos” para conseguir uma inspiração e uma influência de santidade. Comer matzá em Pessach – ela é o “pão da nossa crença” – afeta a nossa crença no êxodo do Egito. O shofar é capaz de impactar e quebrar o coração e inspirar a pessoa a fazer teshuvá. “Encontrar D’us” durante os Dez Dias de Arrependimento cria uma proximidade quando Ele chega perto de nós. A pureza completa de Iom Kipur vem de “D’us se tornar a mikve do povo judeu.” Esta é a forma que um judeu se eleva de festa a festa. E, especialmente em Sucot, a proximidade e a conexão [com D’us] são fortalecidas ao agitarmos as Quatro Espécies e vivermos na sucá na companhia dos “convidados sagrados.”

2. Ib., p. 172-3 – A conexão criada com D’us em Shemini Atzeret continua durante todo o ano. De acordo com a explicação do Gaon de Vilna (Divrei Eliahu, Parashat Ree), o versículo: “E tu estarás totalmente alegre” (Devarim 16:15) ensina que nós comemoramos a festa de [Shemini Atzeret] sem o lulav e sem a sucá, uma festa de alegria sem os “objetos” e as influências externas. “Totalmente alegre” se refere a última noite [e dia] de Shemini Atzeret. O trabalho espiritual de Shemini Atzeret é se aproximar de D’us e se conectar com Ele sem cumprir mitzvot específicas. A influência da festa de Shemini Atzeret permeia cada dia do ano. Esta é conexão forte entre o povo judeu e D’us… Através disto, a pessoa construi a si mesma para chegar ao aperfeiçoamento durante todo o ano. A alegria é o desejo e a conexão com D’us. Em relação a isto, o Zohar escreve que todos os portões estão abertos em Shemini Atzeret, já que ele é um dia de alegria. O poder da influência deste desejo [em relação a D’us] e a alegria são maiores do que em todos os outros dias. Shemini Atzeret é o ponto de transição entre um mundo cercado de mitzvot adicionais para um mundo de mitzvot “normais”, que nos impulsiona para frente, fortalecidos com uma base renovada e fortificada no Judaísmo e na conexão com D’us.

Temas Centrais da Seção V: Há uma grande diferença entre Shemini Atzeret e as outras festas. Nas outras festas, nós usamos “objetos” como a matzá, o lulav ou a sucá para chegar a inspiração e a influência de santidade. A influência da festa de Shemini Atzeret permeia todos os dias do ano. Ela é construída sobre a base dos Iamim Noraim. Esta é a conexão próxima entre o povo judeu e D’us.

Resumo da Aula: Qual é a conexão entre a sucá e a Era Messiânica?

A sucá reflete a existência pacífica do mundo unido sob a autoridade de D’us na Era Messiânica. Como tal, os profetas entenderam que a guerra final que leva a esta época seria entre aqueles que compreendem a mensagem da sucá e aqueles que não o fazem.

Por que os sacrifícios são trazidos durante a festa de Sucot para as nações do mundo?

Em Sucot, o mundo é julgado em relação a água. Já que os não judeus precisam de chuva como todos, este julgamento também os afeta. Os sacríficos de touro trazidos em Sucot apresentam uma alusão numérica às nações não judias do mundo, indicando que estes sacrifícios são para o seu benefício. Nos tempos do Rei Salomão, alguns dos sábios não judeus entenderam isto. No futuro, todos eles compreenderão.

Por que a aravá é batida no último dia de Sucot?

A avará representa a matéria-prima que o homem usa para criar as coisas para si mesmo.  Como tal, ela simboliza o orgulho falso do homem de ser capaz de cuidar de si mesmo sem precisar da assistência Divina. Bater a aravá reforça os mesmos temas básicos de Sucot que nós discutimos, ou seja, a consciência da nossa dependência em D’us e a nossa confiança somente Nele como a fonte de benção nas nossas vidas.

Qual é a o significado de Shemini Atzeret, uma “festa adicional” justaposta a Sucot?

Embora Shemini Atzeret seja logo depois de Sucot, ela é uma festa completamente independente. Como Sucot, ela é uma época da nossa alegria. Porém, à diferença de Sucot, a alegria que ela comemora não são as benções que nós recebemos de D’us, mas simplesmente o vínculo exclusivo que nós, o povo judeu, temos com Ele.

Por que Simchat Torá é comemorada em Shemini Atzeret?

Uma vez que nós já estamos concentrados na alegria do nosso relacionamento exclusivo com D’us, é natural que os nossos sentimentos sejam expressos valorizando o objeto que mais representa este relacionamento – a Torá, através da qual nós nos “casamos” com D’us. Sendo o maior presente de D’us para nós, nós nos alegramos na noite e no dia da Torá nas comemorações extáticas de Simchat Torá.

Como Shemini Atzeret e Simchat Torá afetam todo o ano? Shemini Atzeret é o ponto de transição de um mundo cercado de mitzvot adicionais para um mundo de mitzvot “normais,” que nos impulsiona para frente, fortalecidos com a base do Judaísmo e da conexão com D’us renovada. Simchat Torá fortalece a nossa valorização da sabedoria preciosa da Torá quando nós terminamos as leituras da Torá e recomeçamos um novo ciclo. Não há outro povo que se levanta, canta e dança com os seus livros como nós fazemos em Simchat Torá! [1]

Fonte|: [1] http://www.morashasyllabus.com/Portuguese/class/Sukkot%20III.pdf

Coordenador: Saul Stuart Gefter



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