Congregação Judaica Shaarei Shalom – שערי שלום

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  1. Introdução: O BIG BANG E A GRANDE QUESTÃO: UM UNIVERSO SEM D’US

No princípio, D’us criou o céu e a terra, mas para o cientista que é movido por sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. Até o início do século XX, os astrônomos contemplavam três possíveis modelos do universo:

1º modelo: O universo poderia ser estático. De acordo com essa teoria, embora as atrações gravitacionais mútuas das estrelas mantivessem-nas unidas na forma de sistemas solares e de galáxias, cada um desses grupos de estrelas e planetas deslizariam pelo espaço ao longo de sua própria trajetória randômica, sem nenhum vínculo com os cursos traçados pelos outros grupos estelar-planetários. O modelo estático satisfaz tanto ateus quanto fiéis: semelhante universo poderia ter sido criado por D’us em algum ponto da história, mas também poderia estar existindo desde sempre sem D’us.

2º modelo: O universo pode estar oscilando. Como um balão cósmico, ora se expandiria, ora se contrairia, alternadamente. Por alguns bilhões de anos inflaria, até se tornar um nada absoluto. Mas a atração gravitacional de cada estrela e planeta atuando entre si eventualmente desaceleraria esta expansão, até que todo o processo se invertesse.

O balão voltaria, então, a se retrair sobre si mesmo. Tudo que existisse eventualmente iria concentrar-se no centro do universo. Imediatamente em seguida, colossais quantidades de calor e luz seriam emitidas, tudo voltaria a ser relançado em todas as direções e assim a fase de expansão se reiniciaria uma vez mais. Tal universo também poderia ter sido criado por D’us ou poderia estar existindo desde sempre sem D’us.

3º modelo: Finalmente, o universo poderia ser aberto. Seria como um balão cósmico que nunca implode. Se a atração gravitacional total de todas as estrelas e todos os planetas não conseguisse interromper a expansão inicial, como no modelo oscilatório, o universo se esvairia num nada, para sempre. Eventualmente, as estrelas se extinguiriam e uma cortina de escuridão gelada encobriria tudo o que existisse. Semelhante universo nunca voltaria à vida. Teria existido num dado momento da história, resplandeceria gloriosamente por algum tempo e acabaria numa noite irrevogável.

Em suma, o último modelo propõe que, antes da explosão original, toda a matéria e a energia do universo estavam contidas numa singularidade, isto é, em um minúsculo ponto, estável no espaço por uma eternidade, antes que subitamente explodisse. Este modelo propõe o seguinte paradoxo: objetos em repouso – como a singularidade inicial mencionada acima – continuam assim até sofrerem a interferência de uma força externa; não obstante, visto que o ponto inicial continha toda a matéria e toda a energia primordial, nada (ao menos, nada que fosse natural) teria existido fora dessa singularidade que poderia tê-la levado a explodir. A resolução mais simples deste paradoxo é propor que algo sobrenatural desencadeou a existência do universo. O modelo de um universo aberto subentende, portanto, um Criador sobrenatural – ou seja, um D’us.

Em 1916, Albert Einstein divulgou os primeiros esboços de sua Teoria Geral da Relatividade, levando a comunidade científica à loucura. Parecia que Einstein havia revelado os segredos mais recônditos do universo. Suas equações também causaram alguns problemas – como dilemas técnicos e empecilhos matemáticos – mas nada que interessasse aos jornais e revistas voltados a temas científicos para o grande público.

Dois cientistas notaram os impasses. Em fins de 1917, o astrônomo dinamarquês Willem de Sitter analisou a relatividade geral e enviou a Einstein um relato detalhado, em que resumia o problema e propunha uma solução radical: a relatividade geral funcionaria apenas se todo o universo estivesse explodindo em todas as direções a partir de um ponto central. Einstein nunca respondeu às críticas formuladas por de Sitter.

Posteriormente, em 1922, o matemático soviético Alexander Friedmann derivou de forma independente a solução encontrada pelo dinamarquês. Se Einstein estivesse certo, predisse Friedmann, o universo deveria estar expandindo-se em todas as direções, em alta velocidade.

Nesse ínterim, do outro lado do oceano, o astrônomo norte-americano Vesto Slipher conseguiu testemunhar o movimento expansivo do universo. Valendo-se do poderoso telescópio no Observatório Lowell, em Flagstaff, Arizona, Slipher descobriu que dezenas de galáxias estavam, de fato, rapidamente se deslocando de um ponto central.

Entre 1918 e 1922, de Sitter, Friedmann e Slipher compartilharam, cada um por si, suas descobertas com Einstein mas, estranhamente, este resistiu à solução encontrada pelos colegas acadêmicos – como se, em seu brilhantismo, ele tivesse se dado conta das implicações teológicas de um universo em expansão. Einstein chegou a escrever uma carta para o Zeitschriff für Physik, um prestigioso periódico técnico, qualificando de “suspeitas” as sugestões de Friedmann. E, para Sitter, Einstein escreveu a seguinte nota: “Esta circunstância [de um universo em expansão] me irrita”. Numa outra nota, Einstein assegurou a um de seus colegas: “Ainda não sucumbi a pregadores”, numa referência velada aos três pesquisadores.

Em 1925, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble deu um golpe fatal no modelo estático do universo. Valendo-se do, à época, maior telescópio do mundo, Hubble revelou que todas as galáxias dentro de um raio de 6 x 1017 milhas de distância da Terra estavam retrocedendo. Einstein tenazmente recusou-se a aceitar o trabalho de Hubble. O gênio alemão continuou a ensinar o modelo estático por cinco anos, até que, a pedido de Hubble, foi de Berlin a Pasadena para pessoalmente examinar as evidências. Ao final da viagem, Einstein admitiu com relutância que “as novas observações feitas por Hubble […] levam a supor que a estrutura geral do universo não é estática”. Einstein faleceu em 1955. Se bem que tivesse chegado a reconsiderar o assunto, jamais se convenceu inteiramente de que o universo se estaria expandindo.

Dez anos mais tarde, em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson calibravam um supersensível detetor de microondas, nos Laboratórios da Bell Telephone, em New Jersey. Onde quer que os dois cientistas mirassem o instrumento, este pegava o mesmo ruído de fundo, não identificável – um zunido contínuo de três graus Kelvin (3K). Descon-fiados, os dois consultaram um artigo sobre a relatividade geral escrito por um aluno de Alexander Friedmann. O artigo predizia que os remanescentes da explosão mais recente do universo seriam detectáveis na forma de uma fraca radiação de microondas, “cerca de 5K ou aproximadamente”. Os dois cientistas perceberam que tinham descoberto o eco da maior explosão da história: o assim chamado Big Bang. Em reconhecimento a sua descoberta, Penzias e Wilson receberam o Prêmio Nobel.

A descoberta do “zunido 3K” abalou ainda mais o modelo estático de universo. Só restavam dois modelos: um que carecia de D’us e outro que não. A questão derradeira a ser esclarecida era a seguinte: o universo primordial tinha explodido infinitas vezes (o modelo oscilatório) ou apenas uma vez (o modelo aberto)? Os estudiosos sabiam que isso poderia ser resolvido determinando-se a densidade média do universo.

Se o universo contivesse o equivalente a cerca de um átomo de hidrogênio por dez pés cúbicos de espaço, a atração gravitacional entre todas as partículas do universo seria portanto forte o suficiente para parar e reverter a expansão. Eventualmente, haveria o Big Crunch, que propiciaria outro Big Bang (e depois mais um outro Big Crunch e assim por diante). Se, por outro lado, o universo contivesse menos do que esta densidade, a força explosiva do Big Bang su-peraria todas as atrações gravitacionais, e tudo expandiria até um nada absoluto, para todo o sempre.

Curiosamente, o abandono do modelo estático gerou pânico entre muitos membros da comunidade científica. Matemáticos, físicos e astrônomos uniram-se para comprovar a eternidade do universo. O Dr. Robert Jastrow, talvez o maior astrofísico da época, além de diretor do Instituto Nacional de Administração Aeronáutica e Espacial do Goddard Center for Space Studies, foi designado coordenador geral de um projeto de pesquisa a respeito. Por quinze anos, Jastrow e sua equipe tentaram demonstrar a validade do modelo oscilatório.

Os dados, contudo, indicavam uma outra história. Em 1978, Jastrow emitiu o relatório definitivo da NASA, chocando o público ao anunciar que o modelo aberto provavelmente seria correto. No dia 25 de junho do mesmo ano, Jastrow divulgou suas descobertas no New York Times Magazine. Em suas palavras:

“Este é um desenlace extraordinariamente estranho, inesperado para todos exceto os teólogos. Estes sempre aceitaram a palavra da Bíblia: ‘No princípio, D’us criou o céu e a terra.’ […] [Mas] para o cientista que é movido por sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. Este escalou as montanhas da ignorância; está na iminência de conquistar o cume mais elevado; [e] ao atingir o último lance, ele é recebido por um bando de teólogos que lá já estavam há séculos”.

Em 1983, o Dr. James Trefil, físico da University of Virginia, confirmou de maneira independente a descoberta de Jastrow. Três anos mais tarde, em 1986, os Drs. John Barrow, astrônomo da University of Sussex, e Frank Tipler, matemático e físico da Tulane University, publicaram resultados semelhantes. No encontro da American Astronomical Society de 1990, o Professor John Mather, da Columbia University, e também um astrofísico do Goddard Center da NASA, apresentou “o apoio mais drástico até o momento” a um universo aberto. Segundo o repórter do Boston Globe que cobria a conferência, a apresentação de Mather recebeu aplausos retumbantes, o que levou o coordenador do encontro, Dr. Geoffrey Burbridge, a comentar que: “Tudo indica que a audiência está a favor do livro da Gênese – pelo menos do que diz respeito ao primeiro verso, que parece confirmado.”

Em 1998, os Drs. Ruth Daly, Erick Guerra e Lin Wan, da Princeton University, anunciaram à American Astronomical Society: “Podemos declarar com 97,5% de certeza que o universo irá se expandir para sempre”. Ainda naquele ano, o Dr. Allan Sandage, astrofísico de reputação mundial pertencente ao Carnegie Institution of Washington, foi citado no The New Republic por causa da seguinte declaração: “O Big Bang é melhor entendido como um milagre acionado por alguma espécie de força transcendental”. Já o colunista da Newsweek, George Will, iniciou seu artigo de 9 de novembro de 1998 com este chiste: “Logo, grupos como o American Civil Liberties Union [“União das liberdades civis norte-americanas”] ou o People for the American Way [“Pessoas em prol do estilo norte-americano], ou alguma facção similar de secularismo litigioso, irá processar a NASA, com base na acusação de que o Telescópio Espacial Hubble apóia inconstitucionalmente aqueles com tendências religiosas”.

No mesmo ano, a Newsweek anunciou uma mudança de opinião recente e inesperada entre agnósticos, até há pouco convictos. Em certo trecho, reportava que “Quarenta porcento dos cientistas norte-americanos agora acreditam num D’us pessoal – não apenas um poder ou uma presença inefável no mundo, mas uma deidade a quem podem dirigir suas preces – Lawrence Kelemen publicou os livros Permission to Believe: Four Rational Approaches to God’s Existence (Targum/Feldheim, 1990) e Permission to Receive: Four Rational Approaches to the Torah’s Divine Origin (Targum Press, 1996). O presente ensaio, a propósito, é uma versão extremamente abreviada do argumento cosmológico. O autor estudou na University of California, Los Angeles, na Yeshiva University of Los Angeles e na Harvard University.

Kelemen também foi instrutor de esqui junto à Mammoth Mountain Ski School, na Califórnia, assim como diretor de notícias e âncora na estação de rádio KMMT-FM. Atualmente, ensina filosofia judaica medieval e moderna no Neve Yerushalayim College of Jewish Studies, em Jerusalém.

Ciência e Religião: um encontro mais que desejado!

Um grande abismo surgiu no século XX separando a ciência e a religião. Aprendemos a observar o mundo e nele agir segundo dois paradigmas fundamentais, mas completamente separados. O paradigma científico tornou-se identificado com o domínio da objetividade, da ação planejada; interações baseadas em modelos formais, abstratos, matemáticos, mas de altíssimo valor operacional, funcional e, principalmente, tecnológico.

No mundo científico, os mais abstratos pensamentos humanos encontram aplicabilidade na nossa vida cotidiana. Vamos tomar um caso exemplar, a luz polarizada ou o raio laser. Estes fenômenos foram conhecidos pelos físicos no princípio do século XX; já no final deste mesmo século, o laser tornou-se tecnologia popular: entretenimento musical, os Cd’s, armazenamento de dados em computadores caseiros, PC’s, e mesmo nas cozinhas com facas super amoladas. Na medicina o conceito de cirurgia transformou-se rapidamente: o raio laser permite uma intervenção infinitamente menos agressiva sendo o responsável pelo prolongamento de muitas e muitas vidas.

Para muitos adeptos da ciência, cientistas e simpatizantes, a ciência com seus mirabolantes resultados é o caminho da verdade. Fora do domínio científico está o obscurantismo e o irracionalismo.

Por outro lado, há o mundo da religião com milênios de existência, e através dele os seres humanos aproximam-se do mundo divino, e desenvolvem assim sua interioridade e sua espiritualidade. O mundo da religião não oferece os aspectos práticos e pragmáticos da ciência. Há nele muito mais inspiração do que pura dedução. Há profetas e profetisas que atingem um diálogo espiritual com distintos níveis da divindade.

Estas não são as experiências objetivas que a ciência reproduz operacionalmente nos laboratórios espalhados pelos cinco continentes. Mas não é por estas diferenças que Igrejas, Sinagogas, Mesquitas e Templos diversos deixam de se espalhar igualmente por todo o planeta. Se a ciência pode prolongar nossas vidas através de aplicações tecnológicas, como no caso do raio laser, o domínio da religião vem representando uma forte base para que os seres humanos encontrem conforto e equilíbrio espiritual para também prolongarem suas vidas.

Há religiosos adeptos da ciência mas que nela reconhecem apenas uma dimensão humana e pragmática. Crêem que a verdade está na religião e que na ciência temos apenas bons resultados operacionais. Outros religiosos chegam a não reconhecer qualquer validade na ciência, considerando-a inimiga da religião. Na tradição judaica encontramos uma adesão simultânea aos domínios da ciência e da religião. Grandes exemplos não faltam em nossa história e talvez o maior de todos seja o grande sábio espanhol Maimônides, médico e rabino que acreditava simultaneamente na ciência e na religião.

Nesta tradição, em termos mais contemporâneos, podemos também citar o também médico e rabino Abraham Twerski, que recentemente visitou o Brasil, e mostrou como podemos e devemos utilizar simultaneamente ciência e religião para enfrentar grandes desafios da vida contemporânea. O artigo que apresentamos na seqüência exemplifica os esforços atuais para aproximar a ciência e a religião, abortando um tema fundamental, a origem do Universo.

O artigo insere-se num amplo debate em que conhecimento religioso e conhecimento científico convergem para nos auxiliar na compreensão da grande obra da natureza. Aprendemos que pode haver muito mais concordância entre conhecimento científico e a Sagrada Torá do que normalmente se supõe. Por José Luiz Goldfarb, Diretor de Cultura Judaica – ‘A Hebraica’, Professor de Estudos Pós-graduados em História da Ciência PUC-SP [1]

  1. Rabi Isaac Luria Askenazi – Os principais cabalistas de Safed são Rabi Moisés Cordovero (1522-1570), escritor dos mais ricos e fecundos de toda a literatura judaica, que fez um grande trabalho de síntese do sistema cabalista do seu tempo, e a grande figura de Rabi Isaac Luria Askenazi (1534-1572), denominado Ha-Ari, cujo sistema filosófico complexo era destinado a um pequeno círculo de iniciados. Ele introduziu no universo da mística judaica o conceito de Tzimtzum (contração da Luz Divina no momento do ato da criação), quem sabe uma espécie de termo cabalista que antecipa a teoria do “Big Bang” do séc. XX. [2]

III. Perguntas sem respostas – Na verdade, a Teoria da Evolução não tem soluções claras para estas perguntas, ela apenas empurra a questão mais para adiante. Analisa a evolução das espécies a partir de uma molécula “primitiva” que se formou pelo agrupamento de dois ou vários átomos. Porém, resta ainda entender quem criou o primeiro átomo.

Os cientistas argumentam que o Cosmo começou com uma explosão, o “Big Bang”. No início, havia somente gases que, sob temperaturas muito altas e com faíscas de fogo ou relâmpagos, causaram uma enorme explosão. Assim sendo houve uma junção de partículas que se condensaram para formar o nosso Universo. Em outras palavras, esta explosão “acidental” causou, em última instância, o surgimento da vida na Terra com as “leis” fundamentais da física e da natureza atualmente conhecidas.

Isso é realmente muito curioso. Quando há qualquer explosão a tendência é que as partículas se afastem e acabem degenerando-se. E no Cosmo aconteceu algo totalmente contrário a este princípio – as partículas se juntaram para formar os planetas.

Mais ainda, como uma explosão “acidental” gera leis específicas e exatas que são uma constante na natureza? A precisão dos movimentos dos astros, a quantidade exata de oxigênio no ar (21%), a camada de ozônio que nos protege dos raios ultravioletas e tantas outras são provas vivas de que o mundo foi planejado.

A segunda lei da termodinâmica afirma: “Todo processo espontâneo dentro da natureza tende a aumentar a desordem e causa uma perda de energia”.

Isto é, quando jogamos sobre uma mesa de sinuca cem bolas, a probabilidade de formação de um quadrado é nula em relação à possibilidade de as bolas ficarem em desordem total. Em outras palavras, as bolas de sinuca chegarão a um estado menos ordenado e não ficarão, de repente, alinhadas em uma reta.

Do mesmo modo, seria totalmente anticientífico argumentar, por exemplo, que em um copo de água morna, de repente, crie-se a seguinte situação: em uma parte do copo a água irá atingir uma temperatura de 100º e em outra ficará em 0º.

Na realidade é isso mesmo que pregam os seguidores da Teoria da Evolução. Em um determinado momento, certas substâncias se agruparam ao acasopara criar outras formas de vida.

A Ciência não acredita em geração espontânea. O famoso Louis Pasteur demonstrou que os seres vivos surgem somente de outros seres vivos. Como, então, surgiu a primeira vida da matéria não-orgânica?  Espantosamente, a Ciência passa a acreditar que o Universo surgiu por si sóatravés do “Big Bang”. E, posteriormente surge através de uma substância inorgânica, o que daria a origem a todos os seres vivos, à molécula bioquímica.

Os cientistas Francis Crick e Leslie Orgel desenvolveram uma teoria diferente para tentar resolver a problemática da origem do mundo. Eles afirmam que civilizações extraterrestres decidiram “semear” genes em outros planetas para garantir a sua existência e impedir a sua própria extinção. Segundo estes estudiosos, a evolução da espécie humana é fruto dessa semeadura.

Novamente, o nosso enigma não será decifrado. Pois, da mesma maneira como há dúvidas a respeito do primeiro átomo, há dúvidas sobre os próprios extraterrestres – de onde teriam surgido? Este é um mistério que a Ciência ainda não desvendou e provavelmente nunca poderá fazê-lo. Não seria mais simples acreditar que um Criador semeou ou criou os genes para a formação dos seres vivos? Não! Por que? Porque, segundo eles, crer em D’us é algo que não é “científico”.

Vamos imaginar agora se a teoria da semeadura de Crick e Orgel fosse escrita na própria Torá. Cientistas formados e bem conceituados iriam aceitar tão facilmente e de bom grado tal teoria? Ou será que eles iriam aproveitar para dar risadas e ridicularizar citações tão absurdas?  Por que, então, esta teoria é analisada com muita seriedade e com bastante interesse pelos cientistas?

Usando o raciocínio – Avraham Avinu nos instruiu ao longo de sua vida para usar a lógica e o bom senso. Após destruir todos os ídolos de seu pai, Avraham foi convocado pelo rei Nimrod para responder pela sua atitude, que não combinava com a cultura da época.

O rei Nimrod achava que ele próprio era um deus. Avraham exige então: “Se realmente o senhor é deus e é, portanto, todo poderoso, faça com que o sol se levante amanhã no oeste e que ele se ponha no leste. Simplesmente inverter a sua rota normal.

Ou então, disse Avraham, diga-me, quais são meus pensamentos neste momento? Ou ainda se é realmente um deus, por que não salvou seus pais da morte?”

O rei Nimrod fica furioso ao escutar estas incriminações e decreta que Avraham se ajoelhe diante do fogo. Pois, segundo o rei, este é o verdadeiro poder no mundo. Porém, Avraham sugere se curvar para a água, pois esta tem a faculdade de apagar o fogo, portanto, é mais poderosa ainda. Nimrod aceita a proposta. No entanto, Avraham recomenda ajoelhar-se para as nuvens, pois elas carregam a água e, portanto, são mais fortes. Após Nimrod aceitar esta última proposta, Avraham muda novamente de idéia e aconselha adorar o vento, pois este espalha as nuvens e, conseqüentemente, é considerado mais poderoso. Nimrod perde a paciência, mas concorda com a sugestão de Avraham. Mais uma vez Avraham sugere se curvar ao ser humano, porque este transporta o sopro (vento) nele. Neste momento Nimrod se irrita e manda jogar Avraham numa fornalha, da qual ele se salva milagrosamente.

Nesta passagem, Avraham Avinu (“nosso pai”) deseja obrigar o ser humano a usar o raciocínio. Para alguém sem ponderação, tudo é válido, mesmo as conclusões as mais absurdas. Sem o bom senso e a lógica, o homem é capaz de deturpar verdades e modificar regras coerentes. Porém, tendo a humildade necessária e a nobreza de espírito, sem dúvida, irá reconhecer a verdade que todos estão buscando.

Na véspera de Rosh Hashaná 5763, ao festejarmos mais um ano da criação domundo, cabe a cada um de nós refletir seriamente a respeito do Universo e de seu Criador. Pois, todas as tentativas de entender a origem das galáxias sem ter fé no Ser Supremo, na Sua Torá e em Seus comentários, são parecidas àqueles que desejam estudar astronomia sem sequer ter um telescópio. Por Rabino Avraham Cohen “Sete Dias” [3]

  1. Rabi Moisés ben Nachman –TRABALHO DE PARTO – No instante preciso da quebra do Receptor, as Dez Sefirot passaram por uma contração súbita em preparação para o nascimento do nosso universo. Seis das dez dimensões se enrolaram, tornando-se uma só, e são conhecidas coletivamente como o Mundo Superior.Esta contração, de acordo com o cabalista do século XII, Rabi Moisés ben Nachman éo segredo cabalístico por trás da frase, Seis dias da Criação. Por que, afinal, um Criador todo-poderoso necessitaria de uma quantidade qualquer de tempo para criar um universo? D`us deveria ser capaz de fazer surgir um universo em menos que um nanos-segundo! O cabalista Rabi Moisés ben Nachman concordava. Há cerca de 800 anos, ele explicou que os seis dias da Criação não tinham absolutamente nada a ver com o conceito de tempo conforme nós o conhecemos. Trata-se de um código para a união de seis dimensões em uma.No caso de você não ter contado, ainda restam quatro das dez dimensões. Elas são as precursoras de nosso universo tridimensional, e da quarta dimensão do espaço-tempo.

A CIÊNCIA ALCANÇA A CABALA – Dois mil anos depois de os antigos cabalistas revelarem que a realidade existeem dez dimensões — e que seis destas dimensões estão compactadas em uma — os físicos chegaram às mesmas conclusões. Isto veio a ser chamado de Teoria das Super cordas.

De acordo com esta teoria, nosso universo é formado de laços minúsculos que vibram. Diferentes vibrações criam diferentes partículas de matéria, assim como as vibrações da corda de uma guitarra produzem diferentes notas musicais.

Dr. Michio Kaku é uma autoridade reconhecida internacionalmente em física teórica e um dos principais proponentes da Teoria das Super cordas. Na revista New Scientist, Dr. Kaku escreveu: O Universo é uma sinfonia de cordas vibrando. E quando cordas se movem num espaço-tempo de dez dimensões, elas distorcem o espaço-tempo ao seu redor precisamente da maneira predita pela relatividade geral.

Os físicos resgatam o nosso Universo mais familiar de quatro dimensões assumindo que, durante o Big Bang, seis das dez dimensões se enrolaram (ou “compactaram”) e se tornaram uma pequena bola, enquanto as quatro dimensões restantes se expandiram explosivamente, nos dando o Universo que observamos. Dr. Kaku, discutiu o impacto que esta nova (ou velha) idéia teve sobre a comunidade científica. “Para seus defensores, a teoria de que o Universo originalmente começou com dez dimensões introduz no mundo da física uma área nova e impressionante de matemática, algo de tirar o fôlego,” escreveu o Dr. Kaku. “Para os seus críticos, ela margeia a ficção científica.” Dr. Kaku, que escreveu um livro sobre Super cordas que se tornou um best-seller, intitulado Hiper espaço, ficou surpreso com as semelhanças intrigantes entre a Cabala e a Teoria das Super cordas. “É estranho”, ele disse, “como os números mágicos da física e a teoria do campo unificado são encontrados na Cabala!”…  [4]

Fontes:

[1] Revista Morshà, Edição 32 – Abril de 2001: http://www.morasha.com.br/conteudo/ed32/big.htm

[2] Revista Morshà, Edição 19, Safed, A cidade Sagrada: http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=87&p=2

[3] Revista Morashà, Ed. 38, “De Onde Viemos?”: http://morasha.com.br/conteudo/ed38/deonde2.htm

[4] O Poder de Cabala-Technologia para a Alma, Por Yehuda Berg: http://www.slideshare.net/observatoriosideral/o-poder-da-cabala-tecnologia-para-a-alma-yehuda-berg-2

 

Coordenador: Saul Stuart Gefter



2 Responses

  1. Shalom Chaverim!

    Sou um signatário da Teoria do Tzimtzum por que ela é a única que traz fundamento do processo de Criação e que antecedeu qualquer teoria sobre a grande explosão. Certo é que a chamada Torat oculta, aquela que vai além Bereshit, nos mostra que a Criação é algo maravilhoso. Depois de quarenta longos anos estudando essa teoria da cabala luriânica, desenvolvi uma Teoria Própria que complementa o a Teoria do Tzimtzum. O Universo criado pelo Eterno surgiu das sete frequências dos raios da Luz Divina Infinita (Ohr Eyn Soph) que se propagou no vazio sem limite criando duas situações: o Espaço e o Tempo gIrando em espiral tanto o espaço quando o tempo se entrelaçaram e criaram as doze estruturas que formam o DNA do Universo. A espação em espiral gerou a energia aquecida pela Luz e no oposto as trevas criam as massas resfriadas que ao se chocar com as massas aquecidas se enrolam criando a gravidade. Essa Teoria se sustenta pela base 7 elevada a potenciação de 12 que nós dá o Tempo (7^12=13.841.287.201).

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