- Introdução – Kaparot: Erev (a véspera de) Iom Kipur é saudado pelo antigo costume de kaparot, realizado antes do raiar do dia. O homem, ou menino, apanha um galo; a mulher, ou menina, uma galinha. Seguram-nos nas mãos, recitando a bracha bnei adam e giram a ave nove vezes sobre a cabeça. A prece continua: “Seja esta a minha expiação…” Isto é feito, com o intuito de evocar um arrependimento sincero, para que não tenhamos destino semelhante ao da ave, graças à mercê de D’us, Que nos perdoa após o arrependimento verdadeiro. Em seguida, a ave é solta e enviada ao shochet (profissional religioso que abate animais para fins de uso), e o valor correspondente à ave é dado aos pobres. Este costume também pode ser feito com dinheiro.
Tzom e toalete, num dia sagrado – Em Erev Iom Kipur, costuma-se oferecer uma ceia e comer mais do que o habitual. Esta é realizada, para contrastar com o tzom (jejum) que mulheres e homens deverão realizar, a partir dos doze e treze anos de idade, respectivamente. O tzom dura vinte e cinco horas. É proibido comer ou beber, assim como lavar-se, passar cremes, óleos ou maquiagem, calçar sapatos de couro ou manter relações conjugais. [1]
- Festas Judaicas (Chaguim) – Iom Kipur – Kaparot
Algumas pessoas têm o costume de realizar o rito das kaparot (expiação simbólica dos pecados) no dia anterior a Iom Kipur. Se não for possível neste dia, o rito pode ser feito anteriormente.
O ritual consiste em pegar um frango em uma mão e recitar uma reza. O homem usa um galo; a mulher uma galinha; uma mulher grávida usa dois pássaros domésticos um galo e uma galinha. Idealmente, o pássaros domésticos devem ser brancos, para simbolizar a purificação do pecado, conforme o versículo:
“E se seus pecados forem como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve.” Isaías 1:8
No entanto, não é necessário que se faça muito esforço para encontrar pássaros domésticos brancos.
Se o galo ou a galinha não forem encontrados, eles podem ser substituídos por outra ave ou outro animal; até mesmo um peixe pode ser utilizado para o ritual. Entretanto, pombas não podem ser usadas, já que pombas eram usadas como sacrifício no Templo, e isto poderia causar a impressão de que as kaparot são uma forma de sacrifício.
O pássaro doméstico (ou outro animal) usado para kaparot é segurado com a mão direita, e o texto apropriado do livro de rezas é recitado. O passáro é então passado sobre a cabeça da pessoa, e a reza apropriada é feita.
A palavra kaparot [assim como Kipur] significa “julgamento”, e é usada para se referir aos frangos, mas as kaparot em si não são fonte de julgamento. Na verdade, elas servem como um meio para conscientizar a pessoa que ela pode estar merecendo ser castigada por seus pecados, e que portanto, deve estar motivada a re-pensar suas atitudes, e pedir misericódia a D’us.
A ave é então morta de acordo com o procedimento halachico.
É costumeiro substituir as aves por dinheiro, que é posteriormente doado aos pobres. Alguns, doam as próprias aves aos pobres. Outros, fazem todo o ritual com dinheiro, recitando as rezas e doam o dinheiro para obras de caridade. [2]
III. Kaparot em Israel – (A 16-17 de setembro deste ano 5773,) os judeus de todo o mundo celebraram o Yom Kippur, o “Dia do Perdão”. Nesse dia, em Israel, pratica-se o kaparot – um antigo e místico ritual que vem dos primórdios da tradição judaica. Na forma original, para se celebrar o kaparot, um rabino toma uma galinha (um frango branco para um homem, uma galinha branca para uma mulher) e, segurando a ave pelas asas, faz diversos círculos com ela ao redor da cabeça da pessoa, enquanto diz preces especiais para a ocasião. “Esta é a minha troca, este é o meu substituto, este é o meu perdão!”, diz a reza. Logo em seguida, a ave tem seu pescoço cortado, e o sangue recolhido em vasilhas apropriadas. Em seguida, a pessoa vai embora com a sensação de ter sido purificada, acreditando que suas falhas e faltas foram transferidas para a galinha. O custo da ave tem de ser pago pelo fiel, e o dinheiro é entregue a instituições de caridade. As fotos foram tiradas na histórica cidade israelense de Ashkalon. Qualquer semelhança com o que se faz nos nossos terreiros de candomblé não é mera coincidência! [3]
- Texto para caparot – (Transliterado e traduzido)
“Benê Adam yoshevé chôshech vetsalmávet, assirê ôni uvarzêl. Yotsiêm mechôshech vetsalmávet, umosrotehêm yenatêc. Evilím midêrech pish’am, umeavonotehêm yit’ ánu. colôchel tetaêv nafshám, vayaguíu ad shaarê mávet. Vayiz’ akú el a-do-nai batsár lahêm, mimetsucotehêm yoshiêm, yishlách devarô veyirpaêm, vimalêt mishechitotám. Yodú la-do-nai chasdô, venifleotáv livnê Adam. Im yêsh alávmal’ach melíts echád miní álef, lehaguíd leadám yoshrô. Vaychunênu, vayômer; pedaêhu merêdet sháchat, matsáti chôfer.”
“Filhos do homem, que moram na escuridão e à sombra da morte, presos pela miséria e por cadeias de ferro – Ele os tirará da escuridão e da sombra da morte e quebrará seus grilhões. Pecadores insensatos, afligidos por causa de seus caminhos pecaminosos e suas iniqüidades; sua alma abomina todo alimento e eles chegam aos portões da morte – clamam ao Eterno em sua angústia; Ele os salva de suas aflições. Envia Sua palavra e os cura; Ele os salva de seus túmulos.”
“Agradeçam ao Eterno por Sua bondade, e [proclamem] Suas maravilhas para com os filhos do homem. Se há para um homem [pelo menos] um anjo intercessor dentre mil [acusadores], para falar de sua retidão em seu favor, então Ele lhe será gracioso e dirá: Salva-o de descer para o túmulo; Eu achei expiação [para ele].”
Gire a ave ao pronunciar as palavras: “CHALIFATÍ” (minha permuta), “TEMURATÍ” (meu subtituto), “CAPARATÍ” (minha expiação):
Homem: “Zê chalifatí, Zê Temuratí, Zê Caparatí. Zê Hatarnegôl Yelêch Lemitá”
(quando feito com dinheiro substitua as palavras sublinhadas por:
“Zê Hakessêf Yelêch Litsadacá), Vaaní Elêch Lechayím Tovím Aruchím UL’shalôm.”
“Esta é minha permuta, este é meu substituto, esta é minha expiação. Este galo irá para a morte.”
(quando feito com dinheiro substitua as palavras anteriores por:
“este dinheiro será doado à caridade”) e eu irei para uma boa e longa vida e para a paz.”
Mulher: “Zôt Chalifatí, Zôt Temuratí, Zôt Caparatí. Zôt Hatarnegôlet Telêch Lemitá”
(quando feito com dinheiro substitua as palavras sublinhadas por:
“Zê Hakessêf Yelêch Litsadacá) Vaaní Elêch Lechayím Tovím Aruchím UL’shalôm.”
Mulher grávida: Faz caparot com um galo e duas galinhas e recita o texto no plural:
“Êlu Chalifatênu, Êlu Temura-Tênu, Êlu Caparatênu. Êlu Hatarnegôlím Yekechú Lemitá”
(quando feito com dinheiro substitua as palavras sublinhadas por:
“Zê Hakessêf Yelêch Litsadacá), Vaanáchnu Nelêch Lechayím Tovím Aruchím UL’Shalôm.”
As Mulheres: “Esta é minha permuta, este é meu substituto, esta é minha expiação. Esta galinha irá para a morte
(quando feito com dinheiro substitua as palavras anteriores por:
“este dinheiro será doado à caridade”) e eu irei para uma boa e longa vida e para a paz.”
“Estas são minhas permutas, estes são meus substitutos, estas são minhas expiações. Estas aves irão para a morte”
(quando feito com dinheiro substitua as palavras anteriores por: “este dinheiro será doado à caridade”) e nós iremos para uma boa e longa vida e para a paz.”
Repita todo o texto acima 3 vezes, girando a ave (ou o dinheiro) um total de 9 vezes sobre a cabeça. [4]
Fontes:
[1] KosherMap: http://www.koshermap.com.br/upload/download/2010/09/16/download_128469077161.pdf
[2] WebJudaica: http://www.webjudaica.com.br/chaguim/textosFestaDetalhe.jsp?textoID=90&festaID=13
[3] Revista Planeta, 2008: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/434/artigo116544-1.htm
[4] Cong. Judaica P’Nei Or, Centro dos Estudos e Pesquisas, 25 de setembro de 2009, “A CERIMONIA DE CAPAROT
Coordenador: Saul Stuart Gefter
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