LAG BAOMER E O RABI SHIMON BAR YOCHAI
- Introdução – Lag BaOmer, o 33º dia da contagem do Omer, é um dos dias mais festivos no calendário judaico (22-23 de maio de 2019-17/18 de Iyar de 5779). É uma festa especialmente popular em Israel. O país se enche de fogueiras. Essa data é celebrada com excursões e outros eventos alegres e quase meio milhão de pessoas visitam o túmulo – em Meron, no norte de Israel – do grande Sábio e místico, o Rabi Shimon bar Yochai – cujo aniversário de falecimento é justamente nesse dia. Lag BaOmer não é um Yom Tov – um dia de festa religiosa – mas é um dos mais alegres do ano. No 33º dia do Omer, suspendem-se as práticas tristes de Sefirat HaOmer e há várias tradições sobre a maneira de celebrar o dia. Por exemplo, na tradição sefaradita, faz-se um leilão público em que se acendem velas em honra ao Rabi Shimon bar Yochai e a outros grandes Sábios. Na Europa Oriental, o costume prevalente era fazer arcos e flechas para as crianças, com os quais elas brincavam nas florestas. Em Lag BaOmer, muitos judeus que vivem na Diáspora ou em Israel, mas que não podem viajar a Meron, acendem uma fogueira ou, no mínimo, velas, em homenagem ao grande Sábio, Rabi Shimon. Lag Baomer é mencionado em vários lugares da literatura judaica, mas seu significado permanece meio que envolto em mistério. Uma tradição conta que no 33º dia do Omer, uma praga cessou de afligir os alunos de Rabi Akiva – mestre de Rabi Shimon. Outras fontes nos contam que essa é a data do falecimento de Rabi Shimon bar Yochai e que todas as celebrações realizadas nesse dia se devem a esse motivo. Nos textos judaicos, Lag Baomer é chamado de “Dia da Hilulá” de Rabi Shimon bar Yochai. A palavra “Hilulá” é aramaico e significa festa ou festa de casamento. Em geral, quando uma fonte judaica menciona a Hilulá de Rabi Shimon, está-se referindo à celebração feita em sua homenagem quando ele se casou, em sua juventude. Mas quando um livro sagrado judaico ensina que Lag BaOmer é o “Dia da Hilulá de Rabi Shimon bar Yochai”, não quer dizer que esse dia era o de seu casamento, mas a data de sua morte. A mesma palavra, Hilulá, usada para se referir ao casamento de Rabi Shimon também é usada para o seu passamento deste para o outro mundo. A associação do termo Hilulá com o dia da morte de alguém é intrigante. Afinal, ao longo das gerações, a data do falecimento de uma pessoa era guardada pela família e filhos como um dia triste – um dia de reflexão e expiação. Muitas pessoas costumavam jejuar na data de falecimento de seus pais e mestres.
Contudo, ao longo do tempo, a associação do termo “Hilulá” com a data de falecimento de Rabi Shimon se tornou tão aceita que a data de falecimento de outras pessoas também passou a ser designada pelo termo “Hilulá”. Como é possível que o mesmo termo usado para o casamento de uma pessoa – que se supõe ser um dos dias mais felizes de sua vida – possa ser usado para se referir a seu passamento deste mundo?
Pode-se encontrar uma explicação em um dos discursos do Rabi Shneur Zalman de Liadi, autor do Tanya. O Baal HaTanya explica que o principal tema de um casamento é a alegria da noiva e do noivo, que advém da união de dois indivíduos que foram destinados um ao outro ainda antes de terem nascido, mas que estiveram separados durante muitos anos. Antes que suas almas viessem a este mundo, eles se conheciam e tinham um relacionamento, que foi cortado após seu nascimento. Pois, como nasceram de pais diferentes, que talvez até vivessem em países diferentes, em muitos casos levou décadas até que essas almas voltassem a se encontrar.
A grande alegria de sua reunião, após anos de separação, de saudade e nostalgia, é a fonte do júbilo de um casamento. De modo semelhante, quando uma alma desce a este mundo, ela se separa de todas as almas que estavam juntas a ela no Jardim do Éden. Enquanto ela permanecer neste mundo, essas almas sentem sua falta. Quando ela deixa este mundo e retorna a seu lar original, Gan Eden, essas almas celebram e se rejubilam com essa reunião. O júbilo por essa volta e essa reunião nos Céus é tão grande que supera a tristeza das pessoas em nosso mundo quando de seu falecimento.
As pessoas que aqui ficam devem tentar – por mais difícil que seja – vencer sua tristeza e entender que a alma que deixou este mundo está feliz de ter chegado a um lugar mais feliz. Um texto antigo recorda um elogio fúnebre da época talmúdica: “Chore pelos enlutados, mas não por quem parte; pois ele partiu para o descanso, e nós, para o lamento”.
Rabi Shimon bar Yochai pediu que as pessoas não chorassem sua partida, mas se rejubilassem pela subida de sua alma. Por esse motivo, a data de sua morte – Lag BaOmer – é chamada de sua “Hilulá”. Seu falecimento foi um tipo de casamento: quando ele deixou este mundo, ele se reuniu com as almas que se encontram nas maiores alturas dos Céus – aquelas que sentiram sua ausência e ansiavam por ele durante os anos em que ele viveu neste nosso mundo físico.
Fogueiras para Rabi Shimon bar Yochai – A prática de se acender fogueiras e velas em Lag BaOmer advém de um antigo costume – que perdura até o dia de hoje – o de se acender uma grande fogueira próximo ao túmulo de Rabi Shimon bar Yochai, em Meron. Como mencionamos acima, quase meio milhão de pessoas viajam a Meron nessa data. O costume de se acender a fogueira para Rabi Shimon é, provavelmente, remanescente de um costume observado à época do Primeiro e do Segundo Templos de Jerusalém.
Quando morria um rei, o povo fazia uma fogueira imensa, na qual atiravam artigos pertencentes ao monarca falecido. Era uma forma de lamentação, mas também uma expressão de solenidade, que transmitia a majestade da realeza. A maior expressão de desonra para um rei morto seria não se acender fogueira quando de seu falecimento.Essa prática persistiu por muitos séculos, mesmo quando já não havia reis judeus. O tratado talmúdico Semachot (Avel Rabati) narra a seguinte história: “Quando faleceu Raban Gamliel, o Ancião, Onkelos queimou por ele mais de 80 minas (uma enorme soma). Perguntaram-lhe: ‘Qual o propósito de seu gesto? Ao que ele respondeu:
‘Pois que está escrito: Hás de morrer em paz; e assim como faziam fogueiras para teus antepassados, os reis que reinaram antes de ti, assim também queimarão para ti… (Jeremias 34:5). E não tem mais valor Raban Gamliel do que cem reis inúteis?”
Rabi Shimon bar Yochai, um dos pilares do Talmud e autor do Zohar, obra que é a base da Cabalá, foi um dos maiores Sábios de todos os tempos – um gigante das facetas exotéricas e esotéricas da Torá. O Talmud ensina que se houve no mundo um verdadeiro Tzadik, este foi o Rabi Shimon. Também nos ensina que, por meio de seus atos e méritos, ele podia expiar todos os pecados de Israel desde a criação do mundo até os dias em que ele viveu. Nossos Sábios o comparam a Moshé Rabeinu.
De fato, alguns trabalhos místicos alegam que Rabi Shimon era a reencarnação de Moshé. Como ele era “rei”, de estatura igual a qualquer outro rei, é mais do que justo que se acendam fogueiras lichvodó, em sua honra, como o Povo Judeu fazia no passado pelos reis que faleciam. E como ele mesmo via a sua partida deste mundo como uma libertação e uma redenção – como uma forma de casamento – outros também compartilham esta alegria e celebram o dia de sua “Hilulá”, que ocorre em Lag BaOmer. Como já dissemos, nesta data acendem-se fogueiras em Israel e na Diáspora. Até as crianças em Tel Aviv o fazem, ainda que muitas delas pouco saibam sobre Rabi Shimon. Mas não importa o quanto se saiba sobre esse grande Sábio e místico de Israel. Todos que acendem fogueiras ou velas em Lag BaOmer prestam-lhe homenagem.
Rabi Shimon bar Yochai continua um mistério, uma lenda. Ele redefiniu nossa percepção sobre a morte. E continua sendo um dos Sábios mais reverenciados em toda a nossa História. Foi um dos maiores alunos de Rabi Akiva, um dos pilares do Talmud e se tornou especialmente famoso por ser o “pai” da Cabalá. É mais do que justo iluminar ao máximo com muitas fogueiras e velas o dia de Lag BaOmer, pois Rabi Shimon bar Yochai foi um homem que personificou o fogo da Torá e que iluminou o mundo com sua Luz Infinita. [1]
- Lag Baômer: O Significado do Dia – “Escutaram uma voz celestial dizendo: Juntem-se e venham para a festa do Rabí Shimôn” (Zôhar, Idrá Zutá)
Para podemos compreender a essência do dia de Lag Baômer (o trigésimo trinta dia na contagem do Ômer) – dia este que é denominado “a festa de Rabí Shimôn” – devemos tentar entender um pouco o que representa o grande Sábio Rabí Shimôn Bar Yochai de abençoado memoria. Para isto, analisemos primeiramente a passagem da Guemará no Tradado de Shabat 33b, que conta sobre o evento que levou Rabí Shimôn a ter que fugir, e que relata sobre sua fuga e estadia na caverna, até a saída da mesma, e assim consta lá: Rabí Yehudá, Rabí Yossi e Rabí Shimôn sentaram-se. Yehudá ben Guerím sentou-se atrás deles. Rabí Yehudá começou, dizendo: “Como são belos os atos desta nação! [dos romanos].
Construíram feiras, pontes e casas de banho”. Rabí Yossi permaneceu em silêncio. Rabí Shimôn Bar Yochai respondeu: “Tudo o que construíram foi para seu próprio bem; fizeram feiras – para instalar mulheres indecentes; casas de banho – para requintar a si mesmos; pontes – para cobrar pedágio”. Yehudá ben Guerím foi e contou o que ouviu [para os alunos ou para seus pais, sem intenção de que o governo romano ficasse sabendo, mas este acabou ouvindo] e as palavras chegaram até o governo. [O governo] decretou:
[Rabí] Yehudá, que nos louvou, será elevado [será o primeiro a opinar em todos as ocasiões1]; [Rabí] Yossi, que permaneceu em silêncio, será exilado para Tsipori [cidade na Galileia]. [Rabí] Shimôn, que condenou, será morto.
Rabi Shimôn e seu filho esconderam-se dentro da casa de estudos e sua esposa lhes trazia comida todo dia. Quando o decreto ficou mais severo, Rabí Shimôn disse ao seu filho: ‘As mulheres são mais fáceis de convencer. Se a torturarem, ela pode acabar revelando onde estamos’. Foram embora e esconderam-se numa caverna. Aconteceu um milagre e criou-se para eles uma alfarrobeira e uma fonte de água.
Tiraram suas roupas [para que não se estraguem por excesso de uso no decorrer dos anos], cobriam-se de areia até o pescoço e assim estudavam o dia todo. Na hora de rezar, vestiam suas roupas [por honra a D’us perante o qual estão orando]. Permaneceram doze anos na caverna. [O profeta] Eliyáhu veio até a entrada da caverna e disse: “Quem avisará a Bar Yochai que o César morreu e seus decretos foram anulados?” Rabi Shimôn e seu filho saíram da caverna e viram pessoas arando e semeando. Rabí Shimôn disse: “Eles deixam a vida eterna e se ocupam da vida passageira?” Todo local em que observavam queimava imediatamente. Saiu uma voz celestial e disse: “Vocês saíram para destruir Meu mundo? Retornem à sua caverna!” Voltaram e ficaram mais doze meses. Disseram [consigo mesmos]: o julgamento dos perversos no Guehinám (inferno) dura doze meses. Saiu uma voz celestial e disse: “Saiam de sua caverna”. Saíram. Todo local que Rabí Elazar queimava, Rabí Shimôn consertava… (Tratado de Shabat 33b)
Tentemos descobrir a profundidade do que se esconde por trás desta história e, a partir daí, entender o significado do dia santo e elevado – Lag Baômer.
O trecho da Guemará que trouxemos acima explica as diferenças entre a abordagem de Rabí Yehudá e a de Rabí Shimôn em relação aos romanos. A priori, as palavras de Rabí Yehudá bar Ilai são surpreendentes. Será que ele não sabia que os romanos não fizeram obras em Israel para beneficiar o povo judeu mas sim por interesses próprios? Além disso, no Tratado de Avodá Zará 20a está escrito que é proibido elogiar as obras de um idólatra, pois está escrito na Torá: “Lo techonem – não lhes dê graça”. Acima de tudo: o que Rabí Yehudá tinha em mente quando interrompeu seu estudo de Torá e fez seus colegas interromperem seus estudos para conversar sobre os romanos? Este ponto fica ainda mais curioso se percebemos que de acordo com a linguagem da guemará – “Rabi Yehudá, Rabí Yossi e Rabí Shimôn sentaram-se” – percebe-se que esta não foi uma conversa casual, mas uma reunião séria em que todos se sentaram com o intuito de conversar sobre aquilo. Por que?
Outro ponto incompreensível nesta história é onde está a justiça Divina: Rabí Yehudá, que parece ter feito algo contrário a vontade de D’us, mereceu grandeza e honra, enquanto Rabí Shimôn, que foi sincero, teve que se esconder numa caverna escura por doze anos. O Chidá traz as palavras do Arizal, segundo as quais a alma do grande Rav Yossef Karo, autor do Shulchan Aruch, vinha da raiz da alma de Rabí Yehudá bar Ilai. Comenta o Chidá, que é por isto que ocorre que todo aquele que deseja esclarecer alguma lei, lê primeiramente o Shulchan Aruch, e somente depois consulta o Remá, o Maguen Avraham, o Taz, o Shach e os demais sábios de Israel, uma vez que Rav Yossef Karo é da alma de Rabí Yehudá bar Ilai que é “o primeiro a opinar em todos as ocasiões”.
Daqui vemos que o fato de Rabí Yehudá bar Ilai ter recebido a honra de ser o primeiro a opinar não se trata de uma realidade casual e sem significado que depende somente do decreto romano; trata-se de algo essencial que está ligado à alma de Rabí Yehudá. Tanto, que até mesmo em outras reencarnações ele mereceu ser o “primeiro a opinar”. Em outras palavras, D’us usou os romanos para desencadearem a realidade de que Rabí Yehudá fosse sempre o primeiro a dar sua opinião. Qual o significado disso tudo?
Que diferença faz quem opina primeiro? E por que justamente Rabí Yehudá bar Ilai precisava ser o primeiro? Existe uma diferença essencial, poder-se-ia dizer até extrema, entre Rabí Yehudá bar Ilai e Rabí Shimôn bar Yochai, sendo que o mundo precisa de ambos: Rabi Shimôn Bar Yochai
Rabi Shimôn Bar Yochai enfatizava a excepcionalidade e a elevação espiritual individual, principalmente de pessoas especiais, de forma que suas opiniões nem sempre eram adequadas a qualquer um. De fato, embora fosse um grande sábio e estivesse muito ativo na parte “revelada” da Torá, sua principal singularidade se expressa nas camadas mais internas da Torá – o sagrado Zôhar. Assim, sua principal finalidade era na área da verdade interna de pessoas seletas e não a verdade simples que é adequada a todos.
É conhecida a divergência entre Rabí Shimôn e Rabí Yishmael no Tratado de Berachot 35b: “A Torá diz ‘Você colherá seu grão’ e em outro lugar diz ‘Que este livro de Torá não deixe sua boca’ [ou seja, é preciso estudar o tempo todo]. Será que é para entender este último versículo de forma literal? Vem a Torá e diz: ‘Você colherá seu grão’, ou seja: deve fazer como todos seres humanos e trabalhar também. Assim diz Rabí Yishmael. [Esta também é a opinião de Rabí Yehudá bar Ilai em Avot Derabi Natan. Rabí Shimôn ben Yochai diz: se o homem for arar na hora da aragem, semear na época da semeadura, ceifar na época da ceifa, trilhar os grãos na hora da trilha e separá-los da palha na hora dos ventos, o que será da Torá?
Mas quando o Povo de Israel faz a vontade de D’us, seu trabalho é realizado por outros…”
O Nefesh Hachayim escreve (e suas palavras foram trazidas como lei pelo Beur Halachá) que ambas as linhas são corretas, “Elu velu divre Elokim Chaim” (“Estas e também estas são as palavras do D’us vivo”). A diferença entre as duas é que a linha de Rabí Yishmael (e de Rabí Yehudá bar Ilai, em Avot Derabi Natan) é adequada ao público em geral, enquanto a linha de Rabí Shimôn bar Yochai (que exige, na verdade, uma conduta sobrenatural) é adequada a um grupo mais limitado que estuda Torá com todas as suas forças (… Aqui é importante notar que a orientação dos mestres de nossa geração é a seguinte: hoje, quando infelizmente a maior parte de nosso povo nem mesmo cumpre Torá e mitsvot (não seguem shabat, taharat hamishpachá, etc), todo aquele que pode se ocupar com a Torá dia e noite deve fazê-lo, para assim contrabalançar o estado espiritual do nosso povo. Mesmo que o número de avrechim aumente cada vez mais, estes ainda serão considerados minoria em relação a todo o Povo de Israel.).
O Nefesh Hachayim explica que é isso que Abayê diz na continuação daquele trecho: “Disse Abayê: ‘Muitos se conduziram conforme Rabí Yishmael e tiveram sucesso; conforme Rabí Shimôn ben Yochai e não tiveram sucesso”. Ou seja: justamente porque “muitos” fizeram como Rabí Shimôn, não deu certo, uma vez que a conduta de Rabí Shimôn é para uma minoria e não para muitos.
…
A Essência de Lag Baômer – Varias são as explicações sobre o porquê da alegria de Lag Baômer. A explicação mais famosa, é segundo a qual este é o dia no qual faleceu Rabí Shimon. Esta colocação necessita de explicação, pois consta na lei que dias de falecimento de Justos, são dias quando deve-se jejuar, ou seja contrário de alegria, então qual é a diferença entre Rabí Shimon e os demais justos?
Segundo todo o explicado acima, a diferença fica clara: Rabí Shimôn é o sábio que dá ênfase ao significado interna e para ele tudo que é superficial é diminuto e sem importância. Portanto, para ele, um dia quando o justo terminou sua missão neste mundo com sucesso, e pode voltar a sua proximidade ao Criador (devolvendo sua alma à Ele), é um dia de plena alegria. O que nós temos que ficar tristes pelo falecimento dos sábios, até mesmo a ponto de jejuar, é porque temos a obrigação se honrar a Torá segundo o que fica parecendo aos olhos humanos, como se ficou faltando no mundo algo que deveria estar aqui.
Mas no caso do dia do falecimento do Rabí Shimôn, em honra a sua Torá devemos nos comportar segundo o sua forma de olhar, que é enxergar da forma mais interior, sendo que enxergando desta foram saberemos que ele terminou sua missão neste mundo e não tem mais motivo para permanecer conosco, sendo então este um dia um dia de grande alegria pela elevação dele.
Outra explicação sobre o por quê da alegria em Lag Baômer, é por este dia ser propício à revelação de segredos da Torá. De fato, foi neste dia que Rabí Shimôn revelou ao Povo de Israel inúmeros segredos que, até lá, não lhe fora permitido revelar. De acordo com o que explicamos, o significado disto é muito amplo: como vimos, a força de Rabí Shimôn é a “excepcionalidade”, o serviço a D’us em níveis muito profundos que só são adequados para alguns poucos e não ao Povo de Israel como um todo. Lag Baômer é o dia em que são dadas a permissão e a força para ligar-se à excepcionalidade. Mesmo aqueles que ainda não pertencem aos “poucos especiais” também podem fazer parte deles neste dia e este é o motivo da alegria.
Por isso, os judeus costumam juntar-se neste dia em volta de uma fogueira (costume antigo) pois, neste dia, todos podem pertencer ao nível de Rabí Shimôn e aquecer-se ao calor de seu grande fogo. A fogueira representa a alma de Rabí Shimôn. Não é à toa que se acendem fogueiras em vez de velas: Rabí Shimôn representa a excepcionalidade, o poder espiritual que não existe nos outros. A fogueira mostra que esta alma não é como as outras, mas tem um poder espiritual muito maior. [2]
Fontes: [1] Morasha, Edição 91 – Abril de 2016: http://www.morasha.com.br/omer/lag-baomer-e-o-rabi-shimon-bar-yochai.html
[2] http://www.bircatavraham.com/uteis/torah/reflexoes-sobre-as-festividades-judaicas/lag-baomer-o-significado-do-dia/
Coordenador: Saul Stuart Gefter
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