I. Introdução – O clímax dos dez dias de penitência ocorre no seu encerramento com o Yom Kipur .É um dia de total abstinência de comida, bebida e relações conjugais, fazendo com que esqueçamos qualquer aspecto do mundo mundano, onde cada um deve revisar seu passado e ponderar seu futuro na presença do Todo Poderoso.
Em Erev Yom Kipur, normalmente não se diz Avinu Malkenu, exceto se for Sexta-feira, nem Tachanun, nem o Salmo 20- Lamnatseach antes de Uvá Letsion.
Um costume ainda existente em muitas comunidades é o de realizar o ritual de Kaparot, que consiste em fazer movimentos circulares com uma ave sobre a cabeça de cada pessoa, normalmente um galo para homens e galinha para mulheres, acompanhando estes movimentos de preces específicas… É comum que estas aves, depois, sejam doadas para entidades beneficentes ou pessoas pobres. Atualmente, muitas comunidades tem realizado a cerimônia de Kaparot, substituindo as aves por uma bandeja com dinheiro, onde também se fazem movimentos circulares sobre a cabeça de cada pessoa, recitando as preces específicas já citadas. Após este ritual, o dinheiro deve ser doado a um pobre.
Antes do pôr do sol, as velas devem ser acesas como em Shabat, dizendo a Bênção de Lehadlik Ner Shel Iom ha-kipurim. Se for véspera de Shabat, diz-se Lehadlik Ner Shel Shabat Ve-Shel Iom Ha-Kipurim.. Em seguida, recita-se a Bênção de Shehecheiánu.
Vestir-se de branco – Um costume muito utilizado, é vestir-se de branco, como símbolo de pureza. Uso de sapatos de couro também devem ser evitados. Um dos motivos é que o sapato de couro era considerado um objeto de luxo, que se opõe ao espírito de Kipur, onde devemos nos apresentar com toda a humildade. O outro motivo, é como lembrança da época do Templo Sagrado, onde sapato de couro era proibido ser usado nos locais sagrados, sendo os Cohanim inclusive obrigados a retirar os seus por ocasião de pronunciar a sua bênção, como ocorre até os dias atuais.
Em Kipur, deve-se jejuar desde o pôr do sol da véspera de Yom Kipur até o fim da última reza do dia de Yom Kipur, que é a Neilá.
No início da noite da véspera de Yom Kipur, neste ano, dia 25/09/2012, terça-feira, o Maariv se inicia com a recitação do Kol Nidrei.
No dia seguinte, inicia-se a manhã com o Shacharit, seguida da leitura da Torá. Quando Yom Kipur ocorrer no Shabat, são efetuadas 7 (sete) aliot para leitura da Torá, além de uma aliá de Maftir/Haftará. Se ocorrer num dia de semana, são efetuadas 6 (seis) aliot para leitura da Torá, além de uma aliá de Maftir/Haftorá.
Yizkor – Em seguida, é feita a cerimônia de Yizkor. Aqueles que tem pais vivos, costumam se retirar durante esta cerimônia. Em algumas comunidades sefaradim onde a cerimônia de Yizkor é realizada, já que nem todas a fazem, as pessoas que tem pais vivos não costumam se retirar. Após o Yzkor, é feito o Mussaf, seguida da Minchá com leitura da Torá e Neilá.
A Neilá – é dita apenas em Yom Kipur e algumas comunidades sefaraditas inicia-se com o hino chamado “El Nora Alila” ( D’s das Ações temíveis), cantado com melodia alegre. Após a Neilá é realizado o toque do Shofar, com um toque único pelos askenazim e quatro toques entre os sefaradim
Todas estas rezas se encontram no Machzor de Yom Kipur.
Ao termino de Yom Kipur cumprimentam-se uns aos outros : “L’shana ha-baa b’Ierushalaim” ( No ano que vem em Jerusalém).
Hallel – Não se diz Hallel em Rosh Hashaná nem em Yom Kipur porque, conforme mencionado pelo Rambam (Maimonides), estes dias são dias de Teshuvá (arrependimento), de veneração, e medo, e não dias de uma alegria excessiva.
Saudações de Iamim Noraim
No 2 primeiros dias de Rosh Hashaná pode-se cumprimentar com 1-Shaná Tová – Bom ano novo 2-ShanaTová Umetuká- Bom ano novo doce 3-Shaná Tová Ticatevu- Possa voce ser inscrito (no Livro da Vida) para um bom ano Entre Rosh Hashaná e Yom Kipur pode-se cumprimentar com: 1-Chatimá Tová – que você seja ratificado (no Livro da Vida) para um bom ano. 2-Gmar Chatimá Tová – que você seja finalmente ratificado (no Livro da Vida) para um bom ano.Yom Kipur – Leituras da Torá [1] |
II. Leitura da Torá – Porção (Parashá): Vayicrá XVIII – Haftorá: Livro de Yoná
Pela manhã – Dois rolos da Torá são tirados na manhã de Yom Kipur para a leitura. No primeiro, seis homens (e quando coincidir com Shabat – sete) são chamados à Torá. O Maftir (leitura adicional) é lido no segundo rolo. A leitura na Torá é sobre o serviço solene no Templo Sagrado, no Dia de Expiação, conduzido pelo próprio Sumo Sacerdote. Este era o único dia do ano em que o Sumo Sacerdote tinha permissão de entrar no Santo dos Santos para oferecer incenso e lá recitar uma prece, em nome de todo o povo. A Haftorá, Porção dos Profetas, fala sobre o verdadeiro significado do arrependimento. O profeta chama para o caminho do arrependimento. Embora D’us seja exaltado e habite nas Alturas, diz o profeta, Ele está também com os contritos e humildes de espírito. D’us proclama paz àquele que está longe e àquele que está perto, assegurando a todos a cura do espírito. Mas apenas jejuar não é suficiente. “Na verdade eu escolhi este jejum: para romper as ligaduras da iniqüidade… para repartires o pão com o faminto… quando vires o desnudo, cubra-o, e não te esconda de tua própria carne.” Mas isto não é tudo. Nenhum arrependimento pode ser completo sem uma melhor apreciação e a observância do Shabat: “Que teus pés descansem no Shabat de fazer tua ocupação no Meu dia santo; e chamarás o Shabat um deleite… e deves honrá-lo abstendo-se de teus caminhos comuns, de procurar teu prazer e de pronunciar palavras vãs – então acharás deleite no Senhor…” Na parte da tarde – A leitura da Torá de Minchá, Prece da Tarde, fala da pureza da vida judaica. A Torá nos adverte a não seguir os modos imorais dos egípcios e nativos canaanitas, “que a terra não te vomite também, como vomitou as nações que vieram antes de ti.” A Haftorá consiste em todo o Livro de Yoná, cuja história certamente lhe é familiar. Contém uma mensagem oportuna sobre a importância do arrependimento e da prece. Se o pecado faz com que a terra vomite seus habitantes, o arrependimento fez com que o peixe vomitasse Yoná de volta à terra seca e o trouxesse de volta à vida. A pessoa nunca deve se desesperar. A prece e o arrependimento levam das trevas à luz, da sombra da morte a uma nova vida. [2] |
Fontes:
[1] CJB, Barra de Tijuca RJ: http://www.cjb.org.br/tiferet/culto/noraim%205771.pdf
[2] Chabad: http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/659949/jewish/Leituras-da-Tor.htm
Coordenador: Saul S. Gefter
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