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O documentário
Em 1998, o historiador Sydney Aguilar ensinava sobre nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou que havia centenas de tijolos na fazenda de sua família estampados com a suástica – o símbolo nazista. Esta informação despertou a curiosidade de Sydney e desencadeou sua pesquisa. Pouco a pouco, o filme mostra como o historiador avançou com a investigação, revelando que, além de fatos, ele também descobriu vítimas.
Sidney revela que nazistas brasileiros orquestraram a remoção de 50 meninos de um orfanato no Rio de Janeiro, prometendo-lhes uma vida melhor. Mas a realidade se revelou muito mais dura: seu destino era a escravidão e o isolamento na Fazenda Cruzeiro do Sul, propriedade de poderosa família da elite local.
O trabalho de Sidney vai reconstituir laços estreitos entre as elites brasileiras e crenças nazistas, refletidos em um projeto eugênico implementado no Brasil. Aloísio Silva, um dos sobreviventes, lembra a terrível experiência que escravizou os meninos ao ponto de privá-los do uso de seus nomes, transformando-o no “23”.
Sidney e outros historiadores e especialistas irão delinear os contextos históricos, políticos e sociais do Brasil durante os anos 20 e 30, explicando como um caldeirão étnico como o Brasil absorveu e aceitou as teorias de eugenia e pureza racial, a ponto de incluí-los em sua Constituição de 1934.
A investigação culmina com a descoberta de Argemiro, outro sobrevivente do projeto nazista da Cruzeiro do Sul. Sua trajetória reforça ainda mais como os conceitos de “supremacia branca” e as tentativas de “branqueamento da população” marcaram nosso corpo social deixando sequelas devastadoras até os dias de hoje. Sendo o racismo e – mais ainda – a negação do mesmo, as mais permanentes.
Edição tendenciosa
O vídeo bruto da entrevista principal evidencia que as perguntas foram ALTERADAS E COLOCADAS POSTERIORMENTE no documentário, por exemplo: “Você tinha uma boa alimentação?”, resposta: “Sim”, no documentário editaram para ficar: “É verdade que havia atividades nazistas na fazenda?”, a resposta “Sim” (são várias destas).
História deturpada
A tese atropela a história, e não leva em consideração os costumes e a cultura do Brasil dos anos de 1920 e 1930. Um bom exemplo é considerar como maus tratos às crianças a obrigação de tomar leite condensado, quando este alimento era INDICADO para combater o raquitismo infantil naquela época.
Tijolos com suásticas
Os autores se prendem também ao “tijolo com suástica” como evidência de ser um local nazista, mas o tijolo é de Varanazi na Índia, produzido e utilizado até hoje. Até os anos 1950 era comum a importação de tijolos da Inglaterra, que por sua vez os comprava na Índia. Ainda assim, tanto na Inglaterra quanto nos EUA foram produzidos comercialmente tijolos com suásticas nos anos 1920. Tanto a tese quanto o documentário, amplamente aceitos são produzidos da forma “suja” da intelectualidade brasileira, ou seja, uma tese para SER PROVADA, e não para ser estudada e por vezes refutada.
O caso continua na justiça.
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