- Judeus fazem proselitismo?Por aish.com
Pergunta: Por favor, perdoe minha ignorância, mas pode dizer-me por que o povo judeu não encoraja ativamente o restante da sociedade a converter-se ao Judaísmo, dessa forma divulgando o conhecimento e a sabedoria de D’us e da Torá para o restante da humanidade? Não seriam os objetivos do Judaísmo – trazer paz, harmonia, amor, entendimento e perfeição espiritual ao mundo – ser melhor e mais rapidamente atingidos se a sabedoria da Torá fosse compartilhada com uma parte maior da sociedade, ao invés de ser “restrita” àqueles que nasceram judeus?
Resposta: Como se sabe, a idéia judaica é de que a Torá de Moshê é uma verdade para toda a humanidade, seja ou não judia. A Torá (conforme explicado no Talmud – Sanhedrin 58b) apresenta sete mitsvot para os não-judeus observarem. Estas sete leis são os pilares da civilização humana, e são chamadas “As Sete Leis de Nôach,” pois todos os seres humanos são descendentes de Nôach. São elas:
1) Não matar 2) Não roubar 3) Não adore falsos deuses
4) Não seja sexualmente imoral 5) Não coma o membro de um animal antes que seja morto 6) Não blasfemar 7) Estabelecer cortes e levar os ofensores à justiça
Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis, recebe um lugar apropriado no céu. Portanto, veja que a Torá é para toda a humanidade, não é necessária a conversão.
Também, quando o Rei Salomão construiu o Templo Sagrado em Jerusalém, pediu a D’us que acolhesse as preces dos não-judeus que fossem ao Templo (1-Reis 8:41-43). O Templo era o centro universal de espiritualidade, ao qual o profeta Yesha’yáhu (Isaias) se referia como uma “casa para todas as nações.”
O serviço no Templo Sagrado durante a semana de Sucot apresentava um total de 70 oferendas de touros, correspondentes à cada uma das 70 nações do mundo. De fato, o Talmud afirma que se os Romanos tivessem percebido o quanto se beneficiavam do Templo, jamais o teriam destruído!
Atualmente, há muitos grupos ativos de não-judeus, chamados “B’nai Nôach” que cumprem fielmente as Sete Leis de Nôach. [1]
- O que é ser judeu – Por Bacuch Shofar.
Ser judeu, é ter nascido de um ventre de uma mulher judia. Porque? Porque o filho da mãe judia é parte do corpo da mãe. Logo, se a mãe é judia o bebê é judeu.
Mas, ser judeu, é mais que nascer de um ventre de uma mulher judia.
Ser judeu, é estar comprometido com a religião judaica.
Ser judeu é abraçar a religião judaica e a causa judaica.
Se uma pessoa nasceu de um ventre de uma mulher judia e também pratica a religião judaica, essa pessoa é um judeu completo.
Amar a Israel ou o povo de Israel, não caracteriza ninguém a ser um judeu.
Mas, graças a D’us que há milhares de pessoas no mundo todo que amam Israel e o povo judeu.
Se uma pessoa é sionista e não é praticante da religião judaica, não nasceu de ventre judia ou não se converteu pelos padrões da Halachá; essa pessoa não é judeu.
Agora, se ela é judia ou judeu, e também sionista, então está tudo muito bom! Pois, o
Israel de hoje, é um “protótipo” do Estado Judeu que ressurgirá na Era do Mashiach. (Quem viver verá). Theodor Herzl quando fundou o sionismo, sua intenção era formar um Estado Judeu. Mas, por questões políticas da epoca, fundou-se o Estado Israelense de origem judaica.
Não adianta a pessoa estar vestida de judeu, achando que é judeu.
Também não adianta praticar o judaísmo pela metade e achar que é judeu. Ou que por isso, pertença ao povo de Israel.
Não adianta praticar algumas Mitsvot da Torá e praticar também idolatria, contrariando a regra de que o Eterno é UM só. E não dois ou três ou um em três.
Só é judeu quem é nascido do ventre de uma mulher judia ou que se converte pelos padróes da Halachá.
Acontece que, o judaísmo não faz proselitismo.
O judaísmo é a única religião no mundo que não faz conversão expontâneamente.
Não há interesse em converter ninguém a religião judaica.
Existe as SETE LEIS UNIVERSAIS ( Leis de Noach. Leis que o Eterno deu a Noé como representante da Humanidade).
As pessoas que observarem essas SETE LEIS, tornam-se pessoas justas ao olhos de D’us.
Ao passo que, as pessoas que faz conversão a religião judaica, têm que cumprir 613 Mitsvot (Mandamentos) na íntegra.
Para a conversão à religião judaica, é preciso cumprir três etapas:
CIRCUNCISÃO (religiosa) MIKVEH (banho ritual), e a disposição de cumpri as 613 MITSVOT Mandamentos).
Porém, todo o Israel, converteram-se no Monte Sinai antes de receberem a Torá.
Nota: O Rabino Chefe da maior e principal Yeshivá do Chabad de todo mundo que está em Israel, é um convertido.
Por issso, Eu (…) estou em processo de conversão. Estou fazendo conversão de acordo com a
Halachá.
Não estou enganando o Rabino. Dizendo que quero cumprir as 613 Mitsvot e na prática não estou cumprindo. Nem vou comemorar em um restaurante não Kosher. Vou agradecer a “H” pela permissão de fazer parte de um povo que cumpre as Mistsvot da Torá e aprender dos nossos
Sábios cada vez mais, para me aperfeiçoar no entendimento da Torá.
Estou aprendendo a cumpri todas as Mitsvot.
Estou aprendendo a colocar Tefilim, Tsitsit, Talit, na hora certa, no lugar certo, para um propósito certo.
Acontece que, para quem não nasceu dentro do povo, educar a alma às Regras, é uma tarefa difícil e que requer um esforço muito grande. É alcançar um degrau a cada dia. Estou na GUIUR por escolha própria. Sou um Talmid, as vezes erro, as vezes acerto. Mas, tenho notado que estou crescendo.
Não estou enganando, disfarçando, com fins interesseiros. Não estou a fim de tirar proveito de benefícios materiais. Nem com a intenção de pedir dinheiro ou de ficar rico as custas da religião. Nem para tirar vantagens ou ter privilégios com os “ yehudim”.
Nem tão pouco, sou um dissimulador para pregar conceito cristão no meio do povo judeu. Terminatemente não.
O meu firme propósito, é estar conectado com a Torá, tornar a minha alma elevada e dar testemunho da unicidade do Eterno nosso D’us. O D’us de Israel.
Minha GUIUR é estritamente de caráter espiritual.
Sei que não mereço. Que não sou digno. Mas, é o que quero para minha vida.
Estou ciente da responsabiliade e do comprometimento com a causa judaica.
Não me importo o que possa acontecer ou deixe de acontecer por pertencer a um povo que foi perseguido e ainda é visto por alguns com indiferença. Shalom. [2]
III. Bnei Anussim – Por Jorge Magalhães
Muitos nos dias de hoje, e principalmente (e talvez quase que exclusivamente no Brasil) se deparam na internet com sites que levam consigo a “bandeira” Bnei Anussim… Dentre estes encontramos grupos que se intitulam “comunidades judaicas”, alem é claro de usarem para isso termos como “kasher”, “sefardita”, “sefaradi”, “Inquisição”, “marranos” e demais termos provenientes do hebraico ou de denominações históricas que cercam a saga judaica no referente à Inquisição ou ainda de conteúdo religioso…
Menções á Sábios Judeus, a famosas comunidades, são algo que não faltam nestes. Porem algo que se demonstra cada vez mais claro é falta de informações que confiram a tais instituições e comunidades tal idoneidade. Sempre mencionam seus “rabinos”, dizem ter estes estudados em diversas Ieshivot, sendo algumas conhecidas, porem nunca fazem citações a que Rabanut estes pertencem (notem também o fato que ter estudado em uma Yeshivá não confere automaticamente a Semichá, que é o titulo de Rav).
Essas e demais incongruências se fazem presentes nestes grupos, alem é claro de definitivamente, ir contra a uma das principais características judaicas, pois pregam o proselitismo. Convidamos a você, leitor, a adentrar em um breve estudo sobre a real situação e sobre a verdade referente a este assunto.
O que significa “Bnei Anussim”? Em hebraico significa literalmente “filhos dos forçados”, termo que designa os descendentes dos judeus que na época da Inquisição foram obrigados a se converter ao cristianismo se não seriam mortos.
O que define um judeu? O ventre judaico, ou a conversão segundo a Halachá (Lei Judaica), ou seja, pela ortodoxia.
Os “Bnei Anussim” são judeus? Não. Mas para entender este ponto deve-se ver os seguintes fatores:
- Os judeus espanhóis e portugueses que “se faziam” de cristãos, e seus descendentes (judeus não assimilados), para seguir com sua real Fé, logo fugiam para países onde pudessem viver normalmente e abertamente como judeus, a exemplo temos a famosa Sinagoga de Amsterdã.
- Muitos fugiram sim para o Brasil, como historicamente é provado, e a princípio se fixaram em Recife. Porem quando a Inquisição fora instaurada aqui, a comunidade logo saiu de Recife, parte indo para Amsterdã, a maioria, como no caso do Rav desta, e outros, para Nova York, formando a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos, existente até hoje e muito respeitada (e claro ortodoxa).
- Os que ficaram no Brasil se assimilaram entre os cristãos, aceitando sobre si esta mesma crença. Casamentos mistos eram realizados, observavam os costumes destes… Claro que é possível haver exceções, porem estas de maneira alguma são possíveis de se comprovar hoje em dia, sendo que se fosse existente a possibilidade deveria ser feita uma melhor confirmação por um Beit Din (Tribunal Judaico), ver caso dos Falachás.
É claro e até mesmo óbvio que alguns iriam preservar determinados costumes judaicos, porem também é claro e óbvio que isso não faz de seus descendentes judeus.
Os “Bnei Anussim” tem o dever de se converterem?
Como se faz conhecido o judaísmo não é uma religião proselitista, e por tanto não existe nenhuma obrigação quanto a esta. A eles tanto quanto a qualquer outro não judeu existe a possibilidade da conversão, porem e somente, de forma ortodoxa. E aqui se deve lembrar que não existe “Conversão válida ao judaísmo no Brasil”, somente é possível o estudo e preparação para esta por meios ortodoxos.
Caso um Ben (ou Bat) Anus não queira se converter ele esta fazendo algo de errado?
De maneira alguma, como apontamos na questão anterior. Sob este recai as 7 Leis de Noach, o Código Noahide. E como qualquer outro não judeu (sendo que este também é um não judeu) que observa este Código é considerado como Maimônides descreve sendo: Chassidei Umot HaOlam ( Justos dentre as Nações), e é merecedor do Olam HaBá (Mundo Vindouro).
Existe algum vinculo destas falsas “comunidades” com os judeus Sefaradim?
De maneira alguma. Os judeus sefaradim são todos aqueles judeus oriundos de paises como Portugal, Espanha, norte da África (Marrocos, Tunísia, Egito…) e Oriente Médio (Iraque, Líbano, Síria…). Estes por sua vez são judeus ortodoxos, e de maneira alguma incentivam instituições pseudo-judaicas como estas, ou se quer vinculam seu nome a estas.
Existe alguma Instituição séria e reconhecida referente aos “Bnei Anussim”?
Sim, porem estas devem ser reconhecida pela Rabanut HaRashit em Israel como a Shavei Israel, ou por outra Rabanut Ortodoxa. Porem caso haja alguma dúvida sobre este aspecto se deve contatar um Rav ortodoxo.
Como reagir com estes “grupos pseudo-judaicos”? Simplesmente não aceite ou concorde com estes, e avise a conhecidos que estejam se envolvendo com estes sobre os seus perigos e falsidades. Conte a estes também sobre a visão judaica sobre a conversão e as 7 Leis de Noach, o Código Noahide.
Conclusões deste pequeno e breve estudo:
- Confira as fontes dos sites que você entra dos livros, citações, caso necessário procure um Rabino ortodoxo se houver alguma dúvida.
- Procure uma autoridade ortodoxa se necessário, caso tenha dúvidas em relação a alguma possível instituição.
- Desconfie de sites “judaicos” que realizam proselitismo.
- Todos podem falar que estudaram ou não em algum lugar, peça comprovação desta afirmação, por parte de alguma fonte ortodoxa.
Esperamos que este artigo acrescente em sabedoria para aqueles que desconheciam este assunto e relembre aos que já conhecem. [3]
Fontes:
[1] Aish.com: http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1622711/jewish/Judeus-fazem-proselitismo.htm
[2] Judaismo Humanista: http://judaismohumanista.ning.com/forum/topics/o-que-ser-judeu
[3] Coisas Judaicas: http://www.coisasjudaicas.com/2011/02/bnei-anussim.html
Coordenador: Saul Stuart Gefter
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