(1) Parashát Shoftim (Juizes) (Devarim/Deuterônomio 16:18-21:9) trata dos fundamentos da liderança judaica: o estabelecimento de cortes legislativas judaicas e, mais adiante, algumas leis relacionadas a juízes; a nomeação de um rei judeu e várias leis relacionadas às guerras, as quais o rei deve conduzir e conclui com a mitsvá de eglá arufá (a bezerra cuja nuca é quebrada), que envolve tanto juízes como cohanim. Há mitsvot (mandamentos) especiais para os líderes da nação. Os líderes devem lembrar a toda hora que eles são um exemplo para toda a nação.
Os líderes da nação judaica são: 1. Juízes, 2. cohanim, 3. profetas, 4. o rei. Todos carregam uma enorme responsabilidade, pois sua conduta e comportamento exercem forte influência sobre o resto do povo, positiva ou negativa. Moisés descreveu ao povo todas as leis que os líderes devem saber. Ele explicou: “Em Jerusalém vocês terão o San’hedrin” (Corte Supremo). Esta é a mais alta corte legislativa do país. “Quando vocês viajarem para Jerusalém para festivas, vocês poderão ir para o San’hedrin com os seus casos de justiça.” “Além do tribunal, D’us quer que cada cidade em Israel tenha o seu próprio Beit Din (Tribunal). Em uma cidade pequena, um tribunal de 3 juízes já é suficiente. Apesar de que 3 juízes não podem julgar casos de vida e morte, eles podem solucionar problemas ligados a dinheiro e propriedade. Uma cidade um pouco maior, deve ter um Beit Din de 23 membros. Este Beit Din tem o poder de decretar uma sentença de morte. “Se os juízes estão indecisos a respeito de um caso, devem viajar até o San’hedrin.” O San’hedrin tem 70 juízes e um nassi (presidente) sobre eles e se reúne diariamente em uma das salas do Templo. Os juízes sentam em um semicírculo…Hoje em dia, já que a corrente da semichá está rompida, nós não temos mais a mitsvá de nomear um San’hedrin.
(2) D’Var Torá – O que é semichá? Semichá quer dizer “ordenação”. Quando Moisés nomeou Josué e os 70 zekenim (sábios experientes) do San’hedrin, colocou suas mãos sobre a cabeça deles. Mais tarde, aqueles sábios nomearam os líderes da próxima geração. Mesmo não tendo colocado suas mãos sobre as cabeças dos seus sucessores, o ato de ordená-los ainda era chamado de “dar a semichá”. A corrente de semichá continuou a passar dos líderes de uma geração para a próxima. Quando os romanos destruíram o segundo Templo, queriam abalar a coragem dos judeus. Porém sabiam que enquanto o San’hedrin estivesse de pé, o povo continuaria espiritualmente forte. Por isso eles tentaram destruir o San’hedrin que continuou exercendo sua função em segredo. Dar ou receber semichá era punido com morte. Apesar do decreto romano, a semichá continuou por mais 150 anos depois da destruição do Templo (Beit Hamicdash). No final, ela foi rompida. Em toda Amidá diária nós rezamos:”Hashiva shoftenu keva-rishona; Por favor, traga de volta nossos juízes assim como era antes!” Pedimos para D’us trazer Mashiách (Messias) e restabelecer o San’hedrin que novamente concederá a semichá. Adicionalmente aos juízes, a Torá manda ter também os sho-terim, policiais. Os shoterim executam os decretos dos juízes. Moisés avisou: “Nomeiem somente juízes capazes e honestos. Lembrem-se de que para ser um verdadeiro juiz de acordo com a Torá, o indivíduo deve antes de tudo cumprir ele mesmo as mitsvot (mandamentos).”
(3) Para Contemplar: O rabino Noah Weinberg (Z”H), fundador e diretor do Aish HaTorá, … fez a seguinte pergunta: Você alguma vez já quis conversar em particular com alguma pessoa muito poderosa, digamos, por exemplo, o presidente da República? A menos que você seja um grande dignitário ou um contribuinte muito generoso, as chances de conseguir uma reunião com ele/ela são mínimas. Entretanto, há uma época em que é relativamente fácil encontrar o presidente: quando ele está em campanha eleitoral. Nesta temporada ele procura encontrar o máximo de pessoas com quem trocar idéias e comunicar sua mensagem. Em termos espirituais, o mês hebraico em que estamos entrando, Elul, é o equivalente espiritual da época em que a presença do Todo-Poderoso pode mais facilmente ser sentida. Esta semana são dias de Rosh Chódesh, o começo do novo mês de Elul é um mês muito especial no ano Judaico, pois precede Rosh HaShaná, o Ano Novo Judaico. A cosmologia Judaica nos ensina que cada período do ano nos oferece uma oportunidade espiritual especial para o sucesso. Por exemplo, Pessach é tempo de se trabalhar sobre a liberdade, Sucót sobre a alegria e assim por diante. Elul, quando soletrado em letras Hebraicas, é o acróstico das palavras “Eu pelo meu amado e meu amado por mim” (freqüentemente inscrito no lado interno de anéis de casamento). Este mês é um período de elevada espiritualidade, onde D’us está ‘mais próximo e mais acessível’. É uma época de introspecção e preparação para Rosh HaShaná, propícia ao balanço espiritual e ao correto encaminhamento de nossas vidas.
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