Congregação Judaica Shaarei Shalom – שערי שלום

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Devarim (Deuteronômio 1: 1-3: 22)

Saudações da cidade santa de Jerusalém!

Esta semana começamos Devarim(Deuteronômio), o último livro da Torá, que consiste em palavras finais de Moisés ao povo judeu antes de entrar na Terra de Israel. Na parashat desta semana, Moisés lembra certos eventos infames dos 40 anos anteriores, como o incidente com os espiões. Ele repete as palavras que ele falou para o povo daquela época: “Eis que o Senhor teu D’us, Lhe deu (“natan”) A terra para você subir e herdá-la.” (Devarim/Deuteronômio 1:21)

Este verso apresenta algumas dificuldades técnicas. Em primeiro lugar, por que Moisés diz que D’us já deu a terra para o povo judeu? Os judeus ainda não entraram em Israel, e, portanto, não tomaram oficialmente posse dela. Por que, então, é o verbo “dar” no pretérito (“Natan”)? Além disso, por que Moisés disse, “Suba e herde [a terra]” se ele sabe que os judeus terão de fazer a guerra antes de herdá-lo? Parece que Moisés devia ter dito: “Suba e faça a guerra”!

Poderíamos sugerir uma forma de entender a próxima guerra com base nas palavras Moisés falou à nação imediatamente antes da abertura do Mar: “D’us vai fazer a guerra para você” (Shemot/Êxodo 14:14). Quando De’s promete fazer a guerra para o povo judeu, não há dúvida quanto ao resultado. Portanto, mesmo que as pessoas agora estão enfrentando uma batalha iminente, é uma batalha que D’us ordenou-os a lutar, por isso já é considerado uma vitória.

Isso explica a declaração de Moisés: “D’us … deu a terra para você.” A terra é essencialmente já na posse do povo judeu, mesmo que eles ainda têm de ir para a guerra contra as nações cananeus. Isso também explica por que Moisés diz, “Sobe e herde [a terra].” Se a guerra é tão boa quanto ganhar, os judeus têm apenas que possuir a terra que D’us lhes prometeu. Talvez seja por isso Moisés conclui o verso, dizendo: “Não tenha medo.” O resultado da batalha é garantido; não há nada para ficar nervoso.

Um apoio a esta interpretação aparece mais tarde na parasha, quando Moisés recorda a batalha do povo judeu travada contra Sichon, o rei amorreus (Devarim/Deuteronômio 2: 31-34). Em primeiro lugar, D’us disse a Moisés: “Vá e herdar terras [de Sichon]” (Devarim/Deuteronômio 02:31). E o exército de Sichon atacaram as forças judaicas (Devarim/Deuteronômio 2:32), após o que D’us deu aos judeus a vitória (2:33). A ordem desses versos ilustra nosso ponto. O povo judeu começou a possuir o território de Sichon mesmo antes Sichon ser atacada! Quando D’us faz a batalha para nós, a vitória está assegurada desde o início.

ESPERANÇA DE ISRAEL

No final da guerra contra Sichon, o povo judeu totalmente destruído todas as cidades de Sichon, junto com os homens, mulheres e crianças (Devarim/Deuteronômio 2:34). A palavra usada para “homens” neste versículo é “m’tim”, um termo muito incomum. Por que Moisés usar esta palavra em vez do termo mais comum “anashim”?

Poderíamos sugerir que a palavra “m’tim” ser lido como “maitim”, significando “pessoas mortas”. Em outras palavras, quando as forças judaicas capturaram as cidades de Sichon, os habitantes já foram considerados “mortos”. Essa dica no texto enfatiza que a promessa de D’us garante o resultado final.


Por: Aba Wagensber

Traduzido por: André Ranulfo

 



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