Congregação Judaica Shaarei Shalom – שערי שלום

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Parashát Bechukotai, Vaikrá/Levtíco 26:03-27:34 – A Torá relata as muitas bênçãos que teremos em nossas vidas conforme nossos atos. Esta porção também contém a Tochachá, palavras de advertência: “Se vocês não Me ouvirem e não cumprirem todos estes mandamentos …” Há 7 séries de 7 punições. Entenda que D’us não pune somente por punir: Ele quer nossa atenção para que façamos uma introspecção, reconheçamos nossos erros e corrijamos nossos caminhos. D’us não deseja nos destruir ou anular Seu pacto conosco. Ele quer evitar que nos tornemos tão assimilados a ponto de desaparecermos como nação… A parashá conclui com as instruções em relações às dádivas para o Templo Sagrado, avaliação e resgate de animais, casas e campos, além do 2◦ dízimo e do dízimo dos animais. E assim concluímos o livro de Vaikrá e vamos todos falar juntos: “CHAZAK, CHAZAK, V’NITZCHAZEK” Esforça-te, se forte e todos nos esforçaremos! Como o abuso no uso da fala pode causar muito sofrimento, um grande cuidado precisa ser tomado ao se conversar com as pessoas, para não dizer coisas que possam magoar seu sentimentos. Quanto mais sensível uma pessoa é, maior o cuidado que devemos ter ao falar com ela, para evitar machucá-la com nossas palavras. Não só é importante vigiarmos o que falamos, mas também o tom de voz é crucial. Se gritarmos ou falarmos num tom de voz raivoso, isto causará mágoas, o que também está incluído nesta proibição. Toda vez que falamos com alguém, temos a opção de dizer coisas que a façam se sentir bem (o que é um ato de Chéssed, bondade) ou podemos dizer algo que irá magoá-la (violando esta proibição). Portanto, utilizemos nosso poder de fala para ‘construir’ as pessoas, não para afundá-las!

2) Dvar Torá: baseado no livro, “Crescer Pela Torá”, do rabino Zelig Pliskin – A Torá declara: “E Eu estabelecerei paz sobre a terra (Vaikrá/Levítico 26:6)”. Por que a paz é considerada uma bênção tão importante? Rashi, o grande comentarista (França medieval, 1040-1104 E.C. ), explicou: “Se não existe paz, não existe nada”. Há muitas pessoas que realmente se sentiriam satisfeitas com o que já têm. Entretanto, ao verem que outros têm mais, corroem-se de inveja, e realmente sofrem quando vêem que alguém tem o que elas não têm. Quando alguém sente um amor sincero por outro, ele não tem inveja desta pessoa nem se incomoda se esta pessoa tem mais que ela. Por tanto, a única maneira de vivenciarmos a bênção total daquilo que D’us nos deu é ao haver uma paz verdadeira entre as pessoas. Esta é uma paz em que as pessoas sentem amor pelas outras e estão felizes com o que têm. A única maneira pela qual seremos capazes de desfrutar o que temos é controlando e dominando nossos impulsos e atitudes, na direção de nos sentirmos felizes com a boa sorte do próximo. A inveja nos impede de viver uma vida boa em todo seu potencial. Quanto mais contentamento sentirmos pelo próximo, melhor se tornará nossa qualidade de vida. E quem, neste mundo agitado de hoje, não daria tudo por uma vida agradável, significativa e feliz?Pirkei Avót (Ética dos Pais) : Pirkei Avót (Ética dos Pais) : “Nosso Sábio, o Rabino Elazar ben Arach (um Tanáita), nos ensina: ‘Qual a melhor característica que uma pessoa deve possuir?’ Resposta: um bom coração (Capítulo 2, Mishná 14)” …
O Rabeinu Yoná (Gerona, Itália, 1180-1263 E.C.) define um bom coração como a capacidade de sermos pacientes com as pessoas e de contermos nossa raiva. Uma pessoa de bom coração sempre responde aos demais de uma maneira suave e controlada, considerando a opinião do próximo, e está sempre disponível a fazer-lhes favores. (Tanaim ou Tanaítas é um termo usado para designar aos sábios rabínicos cujas interpretações estão registradas na Mishná, entre os anos de 30-200 EC. O período dos Tanaim é também chamado de período mishnáico. A partir do fechamento da Mishná, tem-se início o período dos… amoraím, cujos estudos, comentários e conclusões, redigidos tanto na cidade de Yavne quanto na Babilônia, geraram os corpos literários denominados guemarót, dando origem aos talmudím da Babilônia (bavlí) e de Jerusalém (yerushalmi).



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