Segunda-feira, 6 de fevereiro, começando no domingo anterior ao anoitecer, é o dia 15 do mês de Chevat. Comemora-se o ano novo das árvores, chamado, em hebraico, TU BICHEVAT.
Este mês é de muita ‘sorte’. A palavra ‘chevat’ שְׁבָט significa um mês de ‘boas notícias’ ou ‘boa sorte’.
Os ´hakhamin (Sábios) explicam que o dia 15 de Chevat marca o ano novo (Roch HaChaná) das árvores. Nesta data costuma-se fazer vários Mitzvot (preceitos), que são indicados apenas para o eretz (terra) de Israel, não serão cumpridos em outros lugares. Lembremos que Mocheh clamou ao Eterno 515 vezes para permitir que ele entrasse em Eretz Yisrael, a fim de cumprir as mitsvot que ali eram realizadas e poder comer os frutos que produzisse. Entre os preceitos está o cumprimento do ‘maserot’ (dízimo dos frutos), e a mitsvá (preceito) de ‘orlá’ que trata da proibição de comer os frutos de uma árvore até o quinto ano de seu plantio.
Existem duas palavras para designar uma árvore e estas são: ilan e etz.
Os ´hakhamim’ afirmam que é comemorado no dia 15 de chevat, pois é a data limite das chuvas. Estes ocorreram desde a Festa de Sukot (cabines) até Tu Bichvat. Com estas chuvas produz-se uma abundante colheita de frutos.
A Torá expressa que as árvores são como os homens, que precisam de água para viver.
O Zohar (Livro do Esplendor. Texto principal da Cabalá), afirma que em inúmeras árvores e frutas existem almas reencarnadas, portanto, quando comemos uma fruta, é necessário recitar uma pequena berakha (bênção) antes de realizar o tikun (reparação) da dita alma.
No mês de Nisan, o qual é o primeiro mês do ano, a berakha de ‘Birkat HaIlanot’ é recitada diariamente, que você também pode encontrar no Siddur (livro de orações).
“Bendito és Tu, HaEL, nosso Senhor, Rei do universo, que nada fez faltar em Seu mundo e criou nele boas criações e boas e belas árvores para que o homem possa se beneficiar delas.”
Esta berakha deve ser recitada apenas quando se vê árvores frutíferas, excluindo árvores não frutíferas como pinheiros, eucaliptos, etc. Os Sábios recomendam dizê-la durante o mês de Nisan (março, abril), pois é a época em que as árvores florescem na Terra de Israel.
Nesta noite, o mais importante do que recordar, é trazer frutas para casa ou para a Esnoga ou Sinagoga, principalmente e na medida do possível, as 5 frutas que eretz Yisrael produz, como :
- Granada;
- Azeitona (azeite);
- Cevada (cerveja);
- Trigo (pão, biscoitos, bolos);
- Datas.
Se não for possível obtê-las, os de seu país serão consumidos, a fim de agradecer a HaEL pelo que ele nos dá por meio da terra. Como afirma o Talmud (Torá Oral) quando diz que tudo pertence a HaEL, com isso, quem come um produto da terra e não agradece ao Eterno no começo e no fim, é considerado um ‘roubo’. O produto pertence a HaEL antes de ser consumido e após sua berakha, pertencerá a quem o ingerir.
A importância de eretz Yisrael é tão monumental que os rabinos e Mekubalim (kabalistas) desejam ardentemente viver lá para cumprir suas mitsvot.
Cada nação tem um anjo governante, que cuida de seu território, mas em eretz Yisrael, HaEL é Seu guardião.
Um dos costumes de Tu B’Chevat é consumir geléia de etrog (cítrico), pois, segundo os Mekubalim, pode eliminar a esterilidade em mulheres que não conseguiram engravidar. Diz-se que comer a compota esta noite é uma segulah (virtude) para estes casos específicos.
Como diz em Devarim (Deuteronômio) 8: “A terra santa produz trigo, cevada, uvas, figos. Mais tarde, ele diz que produz azeitonas, azeite e mel de tâmaras. As tâmaras no passado eram grandes e o mel era extraído delas.“
A primeira berakha que se recita é a do trigo, e seus derivados, como biscoitos, pães, etc. A segunda será a correspondente às azeitonas, depois a das tâmaras, uvas, figos e por último a da romã. Se forem ingeridos simultaneamente, será necessária apenas uma bênção para todos.
Caso haja um produto de eretz Yisrael e uma maçã, por exemplo, será recitado primeiro aquele com tâmaras, que incluirá também a maçã, pois ambas pertencem às árvores.
Quando uma fruta é consumida após um ano sem comê-la ou se é a primeira vez que foi ingerida na vida, deve-se recitar ‘Cheheheyanu’:
‘Bendito és Tu, nosso Deus, Rei do universo, que nos deste a vida, nos sustentaste e nos permitiste chegar a este momento’
Com uma berakha final correspondente a produtos de trigo.
No jantar de Chabat, ‘Hamotzí Lehem’ é recitado e no final é dito Birkat HaMazon (oração pelo pão).
Quando uma fruta é comida antes do consumo do pão, a fruta correspondente é recitada, sem a necessidade da final, porque o Birkat HaMazon inclui a fruta que foi comida primeiro. Mas se depois de ter feito Birkat HaMazon no final do consumo de pão e tudo o que você comeu, e você quiser comer outra coisa, haverá necessidade de recitar a berakha correspondente novamente.
No Talmud e no Zohar são destacados os benefícios de eretz Yisrael. Quando uma pessoa caminha pelo menos 2 metros nesse terreno, ela é merecedora de Olam Habá (mundo vindouro). Quando uma pessoa chega a Israel ou depois de um longo período de ausência, pode vir e beijar a terra e suas pedras, porque sua santidade é muito grande. É chamado ‘Eretz Kedushá‘, ‘Terra Santa’.
Quando houver um aspecto negativo nele, não é devido fazer comentários nesse sentido. Você não pode falar depreciativamente deste lugar, porque ele pertence a HaEL. É necessário falar positivamente em todos os momentos.
Lembremos que os dois grandes presentes que HaEL nos deu foram:
- Torá;
- Eretz Yisrael
O Hofetz ´Haim, um grande Sábio do passado, assegurou que o cumprimento de uma mitsvá em Israel é 20 vezes maior do que em qualquer outro lugar do mundo. A recompensa será maior.
Pelos méritos da Torá e de eretz Yisrael, HaEL envia Machiah Ben David em breve, o terceiro Templo de Yeruchalayim é reconstruído e os sacrifícios de Mitsvot e Pessa´h são retomados em Jerusalém.
Amém Ken Yehi Ratson.
Feliz Tu B’Chevat e Chavua Tov a todos os amigos do Kabalista e Dayan e Rabino David Amar.
Pelo Rabino Cabalista e Dayan David Amar – Chaare Chalom – Rio de Janeiro – Brasil
Dayan do Bet Din Peer Yosef Jerusalém – Israel
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